“Todas as pessoas devem ser livres para aceitarem seus próprios corpos”

março 24, 2023

À frente de um novo aplicativo de exercícios físicos, Flávia Alessandra e Otaviano Costa debatem a pressão estética em busca do dito "padrão" e defendem a saúde mental em primeiro lugar

Cada vez mais, Flávia Alessandra e Otaviano Costa exploram seus talentos empresariais para além da TV. Sucessos incontestáveis com o grande público e um dos “casais sensação” do métier artístico, eles têm descoberto que podem fazer muito também fora das telas. E foi percorrendo essa estrada do business que decidiram lançar outro novo negócio. Desta vez, o aplicativo Utreino, para facilitar a vida das pessoas que preferem, ou apenas podem, se exercitar em casa. Mas com o novo empreendimento também vieram à tona posicionamentos. Enveredando em uma das discussões mais em voga, a busca pelo dito “corpo perfeito” e todas as suas delicadas nuances, Flávia e Otaviano não se furtam em apontar problemas graves embutidos neste conceito. Eles mesmos modelos do chamado “padrão de beleza”, acreditam firmemente que essa concepção é errônea e pode ser muito prejudicial à saúde mental. “Esse ideal pode levar à uma obsessão pela aparência física, distúrbios alimentares e outros problemas relacionados à imagem corporal. E nós mulheres somos as que mais sofrem com essas imposições”, disse a atriz, lembrando que a indústria da estética é ainda mais cruel com o sexo feminino. 

Flávia, você sempre defendeu o exercício físico, inclusive já declarou várias vezes que costuma motivar sua filha mais velha, Giulia, a treinar. Essa paixão começou pela necessidade de estar bem para a TV ou é anterior?
É anterior. Claro que a TV e os padrões impostos quando comecei, que perduram até hoje, mas de uma forma um pouco mais branda, me levavam sempre a estar ativa. Mas sempre tive consciência da importância disso na saúde, muito além da aparência. Porque eu realmente me sinto melhor ao praticar atividades. Melhora minha disposição, humor, sono, mente…tudo. É pela qualidade de vida e fui tomando cada vez mais consciência disso. Incentivo a Giulia e a Olivia. Desde pequena elas me acompanham e as atividades fazem parte da rotina delas. A gente sempre vai se estimulando em família.

Você também, Ota? Como descobriu o amor pelos exercícios?
Primeiro de tudo, acho que não devemos ter como obrigação fazer exercícios físicos. Deve ser prazeroso e, principalmente, termos a consciência da importância de sermos ativos. Descobrir o que te atrai para uma atividade física, testar modalidades, treinos e esportes diferentes pode ser a chave para facilitar a prática, além de expandir seus horizontes sobre as diferentes formas de se exercitar. Então, o meu amor vem nesse exercício diário, porque entendo que faz bem para a saúde, vai prolongar a minha vida, vai me dar uma vida com mais qualidade.

O corpo são traz uma mente sã ou uma mente sã traz um corpo são?
Flávia – Com certeza é um equilíbrio dos dois. Corpo e mente saudáveis estão diretamente ligados! Um influenciando o outro para promover um bem-estar físico e mental pleno. Cuidar da mente é essencial para o organismo e adquirir hábitos de cuidados saudáveis colabora com que os pensamentos se harmonizem e a saúde mental melhore.

Existe um corpo ideal?
Flávia – É importante lembrar que cada pessoa é única e tem sua própria constituição genética, histórico de saúde e estilo de vida, e que o mais importante é cuidar da saúde física e mental de forma equilibrada e respeitar a diversidade de corpos e individualidades.

Hoje, muito se debate a ideia do “corpo livre”. Como vocês enxergam esse conceito?
Flávia – Esse movimento está sendo primordial para as pessoas se olharem com mais atenção e respeito. É muito importante debatermos sobre isso, principalmente com as redes sociais, que provocam uma comparação quase instantânea. Todas as pessoas devem ser livres para se expressar, vestir como quiserem e aceitarem os próprios corpos, sem a pressão dos padrões impostos pela sociedade. Essa busca por um corpo livre implica em aceitar as próprias características físicas, sejam elas consideradas ideais ou não pela sociedade. E fico feliz em ver esse debate acontecer, porque não existia tanto na minha época. E é importante ressaltar que esse movimento nada tem a ver com negligência em relação à saúde e ao bem-estar. É fundamental cuidar do corpo de forma saudável e equilibrada, sem se privar de prazeres e sem se submeter a padrões inatingíveis.

Giulia e Olivia ensinam a vocês sobre os novos padrões, conceitos, ideais…?
Flávia – Super! A nova geração vem para libertar a gente de muitos pensamentos e questões. E que bom! Giulia está sempre antenada e conversa com a gente sobre todos os assuntos possíveis. Olivia idem, mesmo sendo bem mais nova. Fico feliz demais em aprender com elas.

Flávia, você é a nossa nova Jane Fonda? Ela é uma inspiração?
Quem me dera ser a Jane Fonda. Ela já foi muita inspiração para minha mãe e eu lembro de também acompanhar na sala, vendo minha mãe fazer exercícios com aqueles conjuntos maravilhosos de legging, maiô e polaina. Então eu acho que ela é, sim, inspiração e referência até hoje. Não só a Jane Fonda, como minha mãe também. 

Crédito de foto: Estar Comunicação/divulgação

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