‘Estar no BBB foi novo para mim’

abril 19, 2024

Marcos Veras fala dos desafios de estrelar seu primeiro musical, da experiência no BBB24 e saúda a vitória de Davi Brito: "levou o jogo a sério do início ao fim"

Marcos Veras já havia notabilizado-se como comediante quando, aos 36 anos, mostrou o ator potente que é. E justo no seu primeiro protagonista no cinema. O papel em questão era do escritor, pai de um menino com síndrome de down, em “O filho eterno” (2016), filme inspirado no livro homônimo de Cristóvão Tezza. Agora, aos 43 anos, Veras mostra o ator completo que é. Como um dos protagonistas de “Alguma coisa podre”, em cartaz no Rio de Janeiro, ele canta, dança (sapateando, inclusive) e, claro, diverte(-se) – e muito. O momento parece ser de novos desafios para ele, que comandou o quadro “Nós vamos invadir sua casa” na edição deste ano do “Big Brother Brasil”. “Faço isso para que o público sempre me veja num lugar diferente”, reconhece ele, por telefone, ao NEW MAG. Na entrevista, Veras fala dos desafios de estrelar seu primeiro musical, da experiência no reality, saúda a vitória de Davi Brito e revela planos de dirigir teatro e o de, no futuro, interpretar Hamlet, de Shakespeare.

Diante dos desafios de cantar e dançar em mais de duas horas, em algum momento o peso da responsabilidade te intimidou?

Sim, até porque é a primeira vez em que atuo num musical, segmento já muito consolidado no Brasil, com atores já conhecidos por atuarem nele. Então, tive, sim, receio de entrar nesse lugar onde nunca havia entrado antes. Corri atrás e, hoje, vejo que posso cumprir aqueles requisitos com alguma excelência.

Você estreou também no BBB24. O que de mais surpreendente a experiência te trouxe?

Estar no BBB também foi um lugar novo para mim. Aquela casa está no inconsciente de muitos brasileiros. O programa tem, de fato, uma dimensão grande na vida das pessoas e isso pôde ser constatado nas reações de alguns dos convidados que visitaram a casa. Muitos ficaram tímidos ou intimidados por estarem dentro dela.

Quem, por exemplo?

A Susana Vieira, por exemplo, No camarim, conversamos normalmente, de forma extrovertida, como a conhecemos  e, ao entrar na casa, ela se retraiu e o comportamento dela mudou. Ela confessou que, por ser muito fã do programa, havia ficado nervosa.

E o que achou da vitória de Davi Brito?

Achei supermerecida. Ele foi um jogador que levou o jogo a sério do início ao fim, tentando não se envolver emocionalmente com ninguém, fosse de forma amorosa ou amigável. Ele foi movido pelo propósito:  quero os R$ 3 milhões e, lá fora, a gente se torna amigos ou não. Então, achei ele um bom jogador da mesma forma que houve outros bons jogadores como a Fernanda, a própria Bia, e o Mateus, que foi até a final, assim como a Isabelle. Porém, acho que, desde o início, o Davi mostrou-se muito presente no jogo, muito sério e focado.

Você teve o privilégio de ser dirigido por Jô Soares no teatro. Qual ensinamento ouvido do Jô você leva contigo até hoje?

Com o Jô reiterei a paixão pela arte de interpretar e vi que poderia ser múltiplo. Ele era incansável e podia te telefonar às duas da manhã porque estava montando a maquete do cenário, por exemplo.  Ele trabalhava com comédia, dirigia teatro, escrevia livros não ficando segmentado numa coisa só. Ele tinha essa multiplicidade e esse lugar me interessa.

Você teve oportunidade de falar no cinema da Síndrome de Down, numa adaptação do livro do Cristóvão Tezza. O que foi mais enriquecedor para você naquele processo?

Aceitei o desafio porque sabia que seria um divisor de águas na minha carreira. O diretor (Paulo Machline), ao me convidar, alegou que queria um ator solar para aquele papel. Ao conhecer o Pedro Vinícius (que vive o filho), vi através dele e da mãe dele que uma pessoa com down pode ter uma vida absolutamente normal. Ficamos próximos e nos falamos até hoje. Esse filme sensibiliza muita gente e, ainda hoje, recebo mensagens e ouço comentários a respeito dele.

Você foi apresentador do Shoptime. Já comprou por impulso um produto que só veio a usar uma única vez?

Comprei uma vez um espelho com anti-embaçante que nunca usei ao fazer barba (risos). Estava em casa, de madrugada, tomando vinho e comprei aquilo na empolgação.

Voltando ao musical, em um dos teus números você canta “Vai se foder, Shakespeare”. Para qual personagem da vida brasileira diria o mesmo?

A todos os bajuladores da fé alheia, sejam eles políticos ou pseudorreligiosos, que podem ir de pastores a outros líderes espirituais.

Se tivesse oportunidade, qual colega do musical levaria para invadir a casa do BBB?

O (George) Sauma! Ele é o nosso clown e adoraria levá-lo para sapatear em cada um dos cômodos da casa. Já havíamos trabalhado juntos, mas sem contracenarmos de forma próxima quanto agora.

Imagino que o musical tenha te aproximado mais do universo do Shakespeare. Há algum personagem dele que gostaria de interpretar?

Hamlet. Tenho muita vontade de, algum dia, interpretar esse papel. Com uma cena do “Hamlet” fiz minha prova final na escola de teatro onde me formei. Tenho vontade de levar um Hamlet mais pop e atualizado para o palco.

Teu personagem se sente injustiçado por não ter o reconhecimento do Shakespeare. O que ainda falta a você fazer?

Um grande vilão na TV. Já vivi papeis que flertaram com a vilania, como o Enrico (de “Além da ilusão”), mas tenho vontade de fazer aquele vilão clássico.

Pensa em dirigir?

Tenho muita vontade de dirigir teatro e já há uma articulação para isso. Tenho vontade também de dirigir algo na TV pela oportunidade de dirigir atores. Tudo começa pelo ator.

Num dado momento do musical você fala “Parece loucura, mas há método”. Qual o método de Marcos Veras?

Acho que isso de fazer muitas coisas e coisas diferentes nessa alternância de lugares e veículos. Faço isso para que o público sempre me veja num lugar diferente e para que eu não enjoe de mim mesmo.

Crédito da imagem: Lucas Seixas

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