Geraldo Carneiro é um dos grandes nomes da nossa poesia revelados nos anos 1970. Ele é também um autor teatral com A em maiúscula. E isso fica evidente no musical “Noel Rosa – Coisa nossa”, que, na noite da última segunda-feira, foi apresentado em sessão para convidados no Teatro Prudential, onde estreou no fim de semana.
O espetáculo, muito bem dirigido por Cacá Mourthé, reúne cinco atores-cantores-músicos que ocupam a cena como uma orquestra. Alfredo Del-Penho, também diretor musical do espetáculo, e Fábio Henriquez dividem-se na interpretação de Noel, estando os dois em cena em muitos momentos, um complementando o trabalho do outro, num golaço de Cacá com o produtor Eduardo Barata, de quem partiu a ideia de dividir o personagem central em dois.
Compositor que viveu intensamente seus 27 anos, Noel tem momentos cruciais da sua vida elencados no texto, muito bem-humorado, aliás. Estão lá a paixão por Ceci, para quem compôs “Último desejo”, e as desavenças com Wilson Batista (1913-1968), que suscitou um “bate-boca” através de sambas primorosos do qual a MPB foi a grande vencedora.
Geraldinho, como é chamado pelos amigos, foi prestigiado por importantes nomes da Academia Brasileira de Letras, da qual é integrante. O cineasta Cacá Diegues, acompanhado pela mulher, Renata; Ruy Castro, com a mulher, a também ótima escritora Heloísa Seixas; Rosiska Darcy de Oliveira e Antonio Carlos Secchin eram alguns dos imortais presentes.
A noite terminou com todos cantando: “Até amanhã\ Se Deus quiser\ Se não chover\ Eu volto pra te ver, ô mulher”. E o público voltou para casa com a certeza de que o Poeta da Vila foi um grande cronista de seu tempo – e do Brasil, de ontem e sempre.
Crédito das imagens: Cristina Granato