“Um gênio das imagens e da fotografia”. É assim, sem meias palavras (e não poderia ser de outra forma) que Thereza Eugênia – maior nome feminino da fotografia brasileira – define o fotógrafo Sebastião Salgado, que morreu nesta sexta-feira (23), aos 81 anos.
Para Thereza, uma das maiores retratistas brasileiras, Salgado superou aquele que é um mestre para muitos fotógrafos: Henri Cartier-Bresson (1908-2004).
– Ambos já foram apontados como os maiores fotógrafos do mundo, mas num fato Salgado superou Bresson: no amor que ele tinha pela Terra e no senso de preservação que motivava suas imersões pelos lugares onde fotografou – destaca Thereza.
Sim, trabalhar com Salgado era para os fortes. Era preciso ter o despojamento de se alocar numa região, muitas vezes inóspita, para conhecer aquele lugar e os efeitos da Natureza (e da luz sobretudo) sobre aquela localidade:
– O trabalho exigia que ele permanecesse num lugar dias e dias seguidos. Só assim ele conhecia o local onde estava e o comportamento da população que ali se encontrava.
A artista é categórica em um ponto: Salgado não deixa discípulos pela exclusividade de seu trabalho.
– Tivemos no Brasil a Claudia Andujar (fotógrafa suíça que naturalizou-se brasileira) que registrou populações indígenas num trabalho monumental. Mas o Sebastião Salgado foi mais além ao associar seu trabalho à preservação do Planeta como um todo. Ele era único – arremata.
Créditos: Christovam de Chevalier (texto) e reproduções (montagem)