Era julho de 2021 quando a novela “Salve-se quem puder” chegou ao fim. O ator Claudio Olegário começou ali a vislumbrar um plano: o de rumar para os EUA a fim de estudar o método desenvolvido por Stella Adler (1901-1992), coach de astros como Marlon Brando. Em janeiro de 2023, arrumou as malas e seguiu para Los Angeles. Ele só não contava que acabaria por fazer teatro e que estrelaria, no cinema, sua primeira produção internacional.
Olegário integra o elenco de “Vidro fumê”, no qual contracena com a britânica Ellie Bamber, de sucessos como “Animais noturnos” (2016) e “Vermelho, branco e sangue azul” (2023). Mary, personagem da atriz, é vítima de um sequestro justo no… Rio de Janeiro. Dirigido pelo português Pedro Varela, o filme chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (25).
– Contraceno muito com a Ellie, que vive a Mary. Interpreto Rick, o amigo britânico da protagonista, que vem visitá-la no Brasil. Meu personagem está com ela momentos antes do fatídico sequestro – celebra o ator.
Olegário prepara-se para encarar nos palcos uma oportunidade para dizer a que veio. Ele ensaia “Cymbeline”, de Shakespeare, no qual viverá o vilão Iachimo. Encarar uma peça do Bardo tem sido uma prova de amor ao ofício, como ele conta:
– O inglês do texto é arcaico, e não se improvisa. Cada palavra importa e, às vezes, elas não são muito comuns. Estudo com um dicionário-glossário específico do universo de Shakespeare. É muito trabalhoso, mas muito recompensador.
E ele ainda encontra tempo para escrever seu primeiro roteiro para o cinema, desenvolvido juntamente com o diretor e produtor de TV Guilherme Pedra.
– Esse projeto ficou na minha cabeça por muitos anos. Graças à parceria com o Guilherme, consegui materializar o roteiro, e o resultado tem sido emocionante – arremata ele.