‘Acredito muito na figura do mecenas’

abril 3, 2022

CEO do Grupo PetraGold, Eduardo Braule-Wanderley fala sobre patrocínio a arte e cultura e de seus planos de expandir os negócios para todo o país

Muitos dos artistas surgidos durante o Renascimento não teriam criado obras-primas (reverenciadas até hoje) não fosse o mecenas, o cara que dá os subsídios para o artista dedicar-se a seu ofício. Quem acha que o mecenato é coisa do passado, precisa conhecer Eduardo Braule-Wanderley, CEO do Grupo PetraGold. Executivo bem-sucedido e atento colecionador de arte, ele viu no incentivo à área cultural uma forma de dar mais notoriedade ao setor em que atua. E acertou em cheio. O Teatro PetraGold, no Leblon, deu à marca uma visibilidade que demoraria a ser alcançada se associada a outro produto. “Acho que precisa ter mais desse tipo de iniciativa por parte das empresas brasileiras de um modo geral”, opina ele nesta entrevista ao NEW MAG. Sonho? Não em se tratando dele. Tanto que vai expandir a atuação do grupo a outros setores da economia e quer chegar a mais capitais brasileiras.

 Algumas empresas importantes deixaram o Rio de Janeiro nos últimos anos. Mas você reside e investe na cidade. Por que o Rio de Janeiro?

Estamos sediados no Rio de Janeiro e pretendemos continuar aqui a vida inteira. Não pretendemos mudar a nossa sede para São Paulo ou algum outro lugar, como acontece com muitas empresas. Eu entendo, não critico, mas acho que a gente precisa valorizar mais nossa cidade e trabalhar mesmo, fazer um esforço maior pelo Rio de Janeiro. Se todo mundo que for bem qualificado, se toda empresa quando começar a crescer, sair do Rio, a gente nunca vai ter uma economia forte como a gente já teve. Precisamos ter esse olhar para a nossa cidade.

De onde vem a sua paixão pelas artes?

Já tinha um apreço muito grande pela arte, já era colecionador. Então, foi meio que natural surgirem patrocínios nessa área. A gente já patrocinou o esporte também, mas na cultura foi algo que aconteceu muito naturalmente.

O Grupo PetraGold arrendou a Sala Marília Pêra, no Leblon, e também patrocinou o Museu de Arte Moderna do Rio. Estas iniciativas partiram de você?

As iniciativas culturais hoje do Grupo PetraGold são a Sala Marília Pêra, que nós transformamos no Teatro PetraGold e mantivemos o nome Sala Marília Pêra. Até um mês atrás, patrocinávamos o Museu de Arte Moderna (MAM). Já patrocinamos também o Museu de Arte do Rio (MAR) por um curto período, mas o patrocínio ao MAM foi mais longo. Além disso, a gente tem diversas outras iniciativas na área das artes e cultura de um modo geral. Somos parceiros até hoje do Instituto Inclusartiz e também patrocinamos algumas exposições isoladas, como a do Maxwell Alexandre no Rio, em Porto Alegre (na Fundação Iberê Camargo) e também em São Paulo (no Instituto Tomie Ohtake).

Patrocinar arte é um bom negócio?

Sim, é um bom negócio em termos de visibilidade para a empresa. O Teatro PetraGold nos deu uma visibilidade muito grande que levaríamos anos para conseguir através de outra iniciativa, talvez fora da área da cultura. O que nos trouxe mais visibilidade até hoje foi o Teatro PetraGold, mas também esses patrocínios na área cultural, de exposições, museus e fundações trouxeram uma visibilidade boa nesse meio específico, de pessoas relacionadas à arte, investidores etc. Porque muitos investidores de arte também investem no mercado e nossos produtos são muito voltados para esse público. A gente trabalha com seguros, consórcios, investimentos, câmbio, operações financeiras de um modo geral. Então, tem tudo a ver com esse público. Do ponto de vista de negócios, é bom porque tem essa visibilidade. Acredito muito na figura do mecenas. Acho que a gente não pode esperar só por Lei Rouanet ou coisas do tipo, que são válidas. Acho que precisa ter mais desse tipo de iniciativa por parte das empresas brasileiras de um modo geral, especialmente para patrocinar arte e cultura. A gente não teria muitos dos artistas hoje consagrados se, lá no passado, sem Lei Rouanet, sem nada, não tivesse havido empresários que tivessem apoiado esses artistas.

O Grupo PetraGold foi fundado em 2016, por você. O que mudou na empresa de lá pra cá?

O grupo foi criado em 2016, porém a origem dele remonta a 2008, quando nós começamos na área da construção civil e, depois, entramos no mercado financeiro. O que mudou de 2016 para cá foi que a gente entrou em novos mercados. Hoje, atuamos na área de seguros, consórcios, câmbio, investimentos e estaremos, em breve, numa área nova sobre a qual não posso falar agora, mas que vai nos dar uma expansão em âmbito nacional.

O Grupo PetraGold está sediado no Rio de Janeiro com operação em São Paulo. Você pretende levar a empresa para outras cidades brasileiras?

A gente atua em São Paulo e também pretendemos levar para outras cidades. Por trabalharmos nessa área de seguros e consórcios, a gente não fica restrito a pessoas residentes num local e já atinge pessoas de todo o Brasil.

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