‘A mulher tem essa força de estar onde ela quiser’

maio 21, 2022

Larissa Manoela lança álbum e fala do seu lugar como mulher e de referências como Miley Cyrus e Anitta

Larissa Manoela não para. De segunda a sábado, a atriz pode ser vista na novela “Além da ilusão”, que marca seu primeiro trabalho na TV Globo. Quando a novela estreou, a atriz deu vida à Elisa e hoje, algumas fases depois, vive Isadora. O pique das gravações é intenso e, não satisfeita, ainda inventa de lançar “A milhão”, álbum no qual transita entre ritmos que vão do funk ao reggaeton e, através do qual, firma seu nome na cena pop. As dez faixas mostram também que aquela menina, que estreou na TV aos seis anos (na série “Mothern”, no GNT), é hoje, aos 21 anos,  uma mulher empoderada, cheia de planos para o futuro, mas que mantém os pés no chão. Sim, Larissa Manoela cresceu, a olhos vistos (do público, inclusive) e, nesta entrevista ao NEW MAG, reconhece com conhecimento de causa: “Crescer nunca é fácil”.

Vamos começar falando do álbum, que traz uma Larissa mais amadurecida. O hiato provocado pela pandemia ajudou nesse processo de amadurecimento, não?

Comecei a gravar esse álbum e pensar na estratégia do “A milhão” em 2019, quando estava ainda em turnê. Em 2020, muitos projetos precisaram ser postergados devido à pandemia, e o álbum precisou passar por isso. Mas houve um lado positivo de amadurecimento, de poder trabalhar bem as músicas e ter um tempo para poder construir isso. Em 2021, com algumas das canções finalizadas e o álbum quase completo, decidi gravar dois clipes (“Pagou de superado” e “Me deixa a milhão”) para incrementar esse processo de retorno à música. Em 2022, quando completei as dez faixas do álbum, decidi lança-lo. É um momento em que me sinto muito feliz como cantora, atriz e na vida pessoal. A galera pode esperar um trabalho que amadureceu ao longo desses três anos. Espero que as pessoas recebam esse álbum de forma muito positiva.

Você cresceu aos olhos do público… Como foi lidar com esse processo em que você esteve tão exposta?

Crescer nunca é fácil, principalmente diante das câmeras, o que implica num desafio maior porque as pessoas estão sempre com os olhares voltados para você. De uns tempos para cá, as pessoas se acham no direito de julgar, de opinar e, muitas vezes, são agressivas. Passei por essas fases desde muito pequena até chegar à maioridade, o que é uma descoberta, dia após dia. Não vou dizer que foi fácil, mas encarei de uma forma muito positiva. Tenho muito orgulho de tudo o que vivi.

Você trilha na vida artística um caminho que te aproxima de artistas como Miley Cyrus e Ariana Grande. Como você vê o trabalho dessas artistas?

Demi Lovato, Miley Cyrus, Selena Gomez e a própria Ariana Grande são artistas que me inspiram muito pelo fato de terem trilhado uma carreira desde muito cedo, ligada à dramaturgia e à música. Acho que cada uma marcou, com sua personalidade e estilo, essa virada, esse amadurecimento com algo muito específico e forte. Acho que isso é o que eu venho propor agora. Sem fazer algo que choque, mas que mostre a presença desse novo momento na minha carreira como cantora. A voz passou por uma mudança, não é mais a de uma criança, o canto que é falado está mais maduro. A forma como a música leva a batida, os efeitos sonoros que compõem as canções fazem que tudo isso seja criado de uma maneira que reflete esse novo momento, até porque já tenho 21 anos. Eu sou muito eclética na hora de ouvir música. Ouço de tudo, mas com o que mais me identifico é esse som que hoje estou cantando, um pop que caminha um pouco pelo funk e que tem a onda do reggaton também.

Impossível não falarmos de Anitta, uma artista pop, brasileira, que conseguiu deixar seu nome mundialmente conhecido. Ela é uma referência para você?

A Anitta é uma das pessoas que mais inspiram os brasileiros a chegar num lugar como o que ela conquistou, de reconhecimento lá fora. Ela é uma mulher muito poderosa, que sabe o que faz, muito assertiva em todos os lançamentos dela e em todas as estratégias. Ela é uma mulher muito inspiradora. Com esse espaço que ela tem conquistado lá fora, acho que só tende a abrir mais os caminhos para os artistas latinos e para a galera que tem muita força e muito talento vindo do Brasil.

Você é uma artista com milhares de seguidores nas redes sociais, com um poder enorme de influir sobre eles. Como lida com esses dois mundos, o virtual e o real?

Eu me sinto muito privilegiada. Sei o meu lugar hoje em dia e o que isso alcança. Tento fazer dessa proporção algo real e não distante para que siga no meu centro, que não perca meu pé no chão. Quando você vê os números e como, de certa forma, pode inspirar estando nesse lugar, é muito especial. Tenho, juntamente com essa geração de meninas empoderadas e mulheres que são muitas,  a consciência de termos esse espaço para podermos falar, seja através das redes sociais ou das minhas personagens, desse espaço que temos como mulheres. A mulher tem essa força e esse poder de estar onde ela quiser. Que bom que temos mulheres assim para poder nos inspirar,  inspirar umas às outras a chegarmos nesse lugar. É muito bacana trabalhar essa multiplicidade, podendo ser quem eu quiser e poder falar sobre esses temas.

Você vivia a Elisa quando a novela começou e agora dá vida à Isadora. Como é lidar com essa nova personagem?

A Isadora é uma grande alegria na minha vida. Sou muito grata por dar vida a ela, por ter tido oportunidade de fazer a irmã dela, a Elisa. Ela é, de fato, um trabalho desafiador, uma personagem complexa, com muitas questões, e estou amadurecendo juntamente com essa personagem, juntamente com a minha entrada na (TV) Globo que foi muito especial. Agora, da metade (das gravações) à reta final, meu desejo é que eu cumpra esse processo de evolução e descoberta de uma forma especial. Que seja um marco na minha vida.

Com um ritmo puxado de gravações e agora lançando álbum, é possível ter vida pessoal?

É possível, sim, ter vida pessoal. Saio com meus amigos. Aproveito essa minha fase de uma forma especial e tranquila, na medida do possível porque tudo é muito corrido. Faço minhas atividades físicas, minhas práticas de yoga, meus treinos e vou às festas para poder estar com meus amigos. Fiz muitos amigos nessa novela. A maioria das minhas amizades surge durante o processo de trabalho e essas amizades são muito especiais. Isso é bom para a gente não esquecer que, apesar do trabalho, a gente precisa se divertir e ser feliz.

Até quando pretende conciliar a carreira de atriz com a de cantora?

Tenho muita vontade de seguir conciliando, até o momento em que conseguir, as duas carreiras, que são paralelas e uma potencializa a outra. Por isso não deixo de lançar, de estar presente e conversar com esses dois universos. Gosto de ser artista e minha paixão está nisso: em poder cantar, atuar, estar no teatro, no cinema, na TV, na música. É isso o que me motiva a ser a profissional que sou. Neste primeiro semestre, concilio as gravações com o lançamento (do álbum), mas, por ora, não há previsão para uma volta aos palcos. Minha ideia é pegar minha última tour e transformá-la, para voltar aos palcos e poder viajar o país com minha sexta turnê.

E quais os planos para quando a novela acabar?

Assim que a novela acabar pretendo tirar um tempo para mim, para espairecer, poder viajar e descansar. É muito desafiador e cansativo, mas é extremamente prazeroso fazer uma novela. Vou precisar desse tempo para poder me dedicar a um próximo trabalho, seja na música ou na TV. Já tenho planos para um próximo longa na Netflix e planos para recauchutar minha última tour trazendo algo inovador. Já tenho um show confirmado no final desse ano, no navio da Gloob. Não vai ser uma turnê completa, como a que desejo, mas vou levar esse álbum para esse show, através do qual as pessoas vão poder matar a saudade de me ver no palco, ainda que de forma diferente por ser em alto mar.

Por fim, o que te deixa a milhão?

Um dia intenso de gravação, estar no estúdio ou na cidade cenográfica de um lado para outro, trabalhando, vivendo as emoções da minha personagem. Os exercícios físicos na academia e o futevôlei também me deixam muito a milhão, com muita energia. Quando tenho o desejo de extravasar e gastar essa energia, recorro ao exercício físico. O que me deixa também a milhão é ver que as coisas saem um pouco do controle. Trabalho e tento fazer com que isso não me consuma. A pandemia veio para nos ensinar que não temos controle de nada, que, por mais que a gente se planeje, temos de viver o aqui e o agora.

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