‘O universo das artes é elitista’

fevereiro 6, 2025

Cineasta trans brasileiro tem curta selecionado para o Festival de Berlim e clama por mais visibilidade à diversidade

Rosa Caldeira nasceu em Francisco Morato, município da região metropolitana de  São Paulo. Há seis anos, o cineasta fez sua transição de gênero optando por manter o nome com o qual foi batizado. E, recentemente, recebeu uma notícia que tem tudo para mudar sua vida.

Seu curta “Anbla Dlo” foi selecionado para o Festival de Berlim, um dos mais importante eventos internacionais dedicados ao cinema. A produção é o único representante brasileiro na Berlinale Shorts, segmento dedicado  aos curtas.

–  Recebi a notícia e custei a acreditar. É um dos festivais mais importantes do mundo, com mais de 5 mil inscritos só na nossa categoria, e apenas 20 selecionados – celebra Rosa cuja produção do filme envolveu Brasil, Cuba e Haiti.

E a participação do artista no evento não estará restrita à mostra. Rosa vai participar ainda da Berlinale Talents, plataforma de networking e de desenvolvimento de talentos oriundos de países emergentes.

– O universo das artes é elitista e excludente, então essa seleção já é um prêmio enorme. É uma validação para a carreira de qualquer um, especialmente para mim, um cineasta trans e favelado – critica Rosa que codirigiu a produção com Luiza Calagian, ao lado de quem também assina o roteiro.

Seu filme anterior, “Perifericu”, recebeu mais de 35 prêmios e foi exibido em cerca de 200 festivais, incluindo o Curta-Kinoforum.

Créditos: Christovam de Chevalier (texto) e Luiza Calagian (foto)

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