Ela tem uma das trajetórias mais bem-sucedidas nas artes marciais no Brasil e vai dividir com o público histórias que contribuíram para sua chegada ao topo. A empresária e lutadora Kyra Gracie vai lançar sua aguardada autobiografia, “Viver como uma campeã” (Agir). A noite de autógrafos acontecerá na terça-feira (18) na academia Gracie Kore do Shopping Vogue Square, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Em entrevista ao NEW MAG, a autora fala que a ideia de fazer o livro não surgiu de agora. Ela costumava anotar em um diário seus sentimentos antes, durante e depois das competições.
— Mas o diário foi evoluindo e, quando me dei conta, mesmo ganhando muitas medalhas dentro do tatame, fora dele eu tinha dificuldade de me posicionar. Era aquela pessoa que não me sentia 100% confortável em ser quem eu era. Era extremamente tímida, então isso demonstrava pouca autoconfiança nas minhas atitudes. Comecei a perceber que, na verdade, fui moldada pelo meio que vivia, pelas experiências que tive, dentro de um meio muito masculino e majoritariamente machista, diante da sociedade da época — comenta Kyra.
“Viver como uma campeã” apresenta logo no começo mulheres lutadoras que foram apagadas da História. As sufragistas, que tiveram que aprender a lutar para defender-se de policiais nos protestos em que exigiam o direito ao voto, e as mulheres samurais, que faziam jíu-jitsu para defender a sua terra. Elas lideraram exércitos enormes e tiveram êxito em suas batalhas.
— E aí entro na minha história, de uma mulher dentro de um ambiente como o jiu-jitsu, dentro da família Gracie, que realmente teve que lutar. O pano de fundo é a minha trajetória juntamente com as ferramentas de empoderamento que trago para esse livro — diz a pentacampeã mundial.
O livro, que já na pré-venda lidera entre as obras de artes marciais mais vendidas na Amazon, também narra o processo de desconstrução de Kyra e o que a fez tornar-se uma campeã na vida:
— Acreditava que a mulher deveria seguir um padrão no qual você não pode falar certas coisas, se não vai ser tida como grosseira, ou tem de ser muito discreta, não se posicionar e fingir que não está vendo certas atitudes… A desconstrução desse pensamento é o que foi o mais desafiador e me tornou uma campeã. É onde tenho mais orgulho da minha trajetória. É quem eu sou através das minhas experiências e no que consegui me transformar, e isso me limitava demais. Sem perceber, isso limitava a forma que via meus negócios e como mantinha os meus relacionamentos. Se não tivesse trabalhado isso de dentro para fora, não teria conquistado nada.
A mensagem que Kyra pretende passar para quem ler sua biografia, em especial para as mulheres, é a de que todas já são vencedoras em suas vidas.
— Toda mulher é uma campeã. Às vezes essa campeã está adormecida por conta das suas crenças, por conta do que as mulheres viveram e, às vezes, tem um relacionamento em que a pessoa está se colocando para baixo, e ela não percebe. Ou mesmo uma sociedade que limitou seus pensamentos, limitou os seus sonhos. O objetivo é que as mulheres despertem, assim como despertei, para serem campeãs no que elas se propuserem a fazer. Viver como uma campeã no que a mulher decida fazer — arremata.
