Laurinda Santos Lobo (1878-1946) deu voz, como mecenas, a nomes importantes da nossa Cultura. O compositor Heitor Villa-Lobos (1887-1959) foi um deles. Sem a generosidade de Laurinda, muitos artistas ligados ao Modernismo não teriam tido parte da notoriedade alcançada.
Pois essa mulher, que também lutou pela visibilidade feminina na sociedade civil, será homenageada com uma exposição no Rio de Janeiro. “Laurinda: a mulher, a casa, os artistas – uma intervenção nas ruínas” traz uma intervenção sonora e uma instalação criadas por Flavia Fabbriziani e por Paloma Carvalho, que integram o coletivo UAIART. A mostra tem curadoria de José Ricardo Novaes e ocupa, a partir de sábado (19), o Parque das Ruínas, em Santa Teresa, zona central do Rio de Janeiro.
Foi ali, onde, no passado, Laurinda promoveu recepções que deram o que falar na época. Essas festas acabaram também por aproximar artistas, fazendo com que a anfitriã fosse também uma Relações Públicas avant la lettre.
E são muitas as menções na mostra à homenageada e à época em que ela viveu. Na instalação, uma fita na cor rosa – a preferida da mecenas – traz bordados nomes de seresteiros, sambistas e de artistas internacionais que acabaram recebidos por ela em razão de virem ao país para apresentações no Theatro Municipal.
Já a obra sonora traz muitas palavras proferidas em francês, idioma falado pela aristocracia do Rio de Janeiro, cidade que recebeu forte influência francesa na sua arquitetura em razão da Belle Époque.