O mel do melhor

julho 3, 2023

Maitê Proença volta a apresentar no Rio de Janeiro solo pelo qual concorre ao Prêmio Cesgranrio de Teatro

Num tempo em que as regras de comportamento parecem pautadas pelas redes sociais, tocar em feridas pode ser um acinte. Não para Maitê Proença. Quem a viu nas telas e nos palcos, ao longo de 44 anos de carreira, não imagina os percalços enfrentados na vida pessoal. Não imaginava, melhor dizendo.  A atriz expõe corajosamente dores e cicatrizes no solo “O pior de mim”, cujo texto, escrito por ela, foi merecidamente indicado ao Prêmio Cesgranrio de Teatro.

O monólogo, dirigido por Rodrigo Portella, volta ao Rio de Janeiro a partir de sábado (08), desta vez para temporada no Teatro das Artes, no Shopping da Gávea, Zona Sul da cidade, onde fica até o dia 30.

O público entra na sala e já encontra a atriz no palco, aquecendo o corpo. Nada ali – nada mesmo – é oculto ou varrido para debaixo do tapete. Certas dores criaram nela uma espécie de couraça, resvalando também na atriz. “Sempre tive dificuldade em chorar. Na TV, inclusive”, revela ela com a sinceridade que permeia a dramaturgia.

– A peça é sobre todos nós e o que fazemos com o enredo que nos foi dado. São histórias sobre coisas que não deram certo, momentos de frustração. Mas é leve, com humor – revela, destacando a pluralidade em abordar a própria vida: – Eu me refiro à minha própria história porque é a única que tenho, e ela me dá autoridade para tratar dos assuntos que abordo no espetáculo.

Em “O pior de mim”, Maitê acaba por mostrar o que tem de melhor – o que não é pouca coisa. Se ainda não assistiu, não perca mais esta oportunidade.

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