Trajando minissaia, ela já parou o casamento e passou por várias provas de fogo desde que surgiu na cena musical em idos dos anos 1960, projetada pelo sucesso da Jovem Guarda. Os fãs de Wanderléa vão conhecer outra de sua faceta: a da cantora que deu os primeiros passos na Rádio Mayrink Veiga. Ali, ela se aventurava por outro universo sonoro: o do choro. Esse resgate afetivo é feito por ela no álbum “Wanderléa canta choros”, que chega às plataformas digitais, no dia 12 de maio através do selo Sesc. O primeiro single, “Delicado”, de Waldir Azevedo (1923-1980) e Aloysio de Oliveira (1914-1995), estará disponível a partir desta sexta-feira (05).
– O choro me encantou desde pequena. Quando ouvia Ademilde Fonseca, articulando com extrema maestria a poesia daqueles versos, que se encaixavam com perfeição na sonoridade daquele repertório musical, era tudo muito mágico e eu, ainda bem menina, me divertia tentando acompanhar a rapidez poética daqueles versos, dentro do malabarismo e da beleza daquelas lindas melodias – rememora a íntérprete e eterna musa da Jovem Guarda.
O álbum terá ainda uma composição inédita. Com “Um chorinho para Wandeca”, Douglas Germano e João Poleto homenageiam a grande intérprete, que teve um de seus álbuns produzido por Egberto Gismonti e gravou sambas como “Uva de caminhão, de Assis Valente (1911-1958).
O repertório traz também “Galo garnizé”, de Luiz Gonzaga (1912-1989), Antonio Almeida (1911-1985) e Miguel Lima, “Carinhoso”, de João de Barro (1907-2006) e Pixinguinha (1897-1973) e “Brasileirinho” de Waldir Azevedo (1923-1980) e Pereira da Costa.
Crédito da imagem: Ione Cadengue