Ela já foi Helô e Vitória. E também Lídia e Paty. E a inesquecível Vanessa de “Todas as flores”. E, desde novembro, quando “Garota do momento” passou a ocupar o horário das 18h na grade da TV Globo, é também Zélia. E bárbara – e não se trata aqui de nenhuma outra personagem , mas do adjetivo em si. Sim, Letícia Colin é bárbara. A atriz de 35 anos mostra-se uma das mais potentes da sua geração. E dá provas disso também nos palcos, onde brilhou como a Beatriz de “O Grande Circo Místico”, musical criado a partir das canções de Chico Buarque e Edu Lobo, e, mais recentemente, em “Um filme argentino”, na qual dividiu a cena com um não menos luminoso Michel Melamed, de quem separou-se em 2024. “Acho ele um gênio”, elogia Letícia reiterando ainda o caráter família do ex. Nesta entrevista ao NEW MAG, realizada no Rio de Janeiro, a atriz defende as nuances da vilã – mais uma – que interpreta em “Garota do momento”, rasga sedas a Lília Cabral e a Alessandra Poggi e fala sobre do processo de redescobrir-se. “Estou me reinventando”,constata . E disso virá uma Letícia ainda mais potente. Alguém aí duvida?
Você brilha como uma vilã em “Garota do momento”. As vilãs têm te atraído mais?
Ai, vilão é maravilhoso, né? A gente adora fazer vilão! Vilã é alguém que a gente ama odiar. E para mim, como atriz é um exercício de liberdade e de construções também, muitas vezes mais ousadas.
O que a Zélia tem de diferente em relação, por exemplo, à Vanessa, a vilã antológica de “Todas as flores”?
Essa personagem de agora ela não é boa e também não é má exatamente. Ela é meio fruto de uma cultura de maldade da personagem da Lília Cabral. Ela é meio criada pela Lília. É um monstrinho que a Lilia Cabral, que também é PhD e em vilãs, e eu tô amando gravar com a Lília, uma colega maravilhosa. A novela é muito linda, muito bela. E minha personagem me enche de entusiasmo por ela ter justamente muitas facetas.
Michel Melamed é pai de seu filho. O que poderia falar sobre ele?
Michel é um homem maravilhoso. Impecável. Ele é brilhante e amoroso. Ele é dedicado e tem esse lado família, né? O Michel é família.
Você e ele seguem com o projeto de adaptação de “Um filme argentino” para o cinema, que é justamente sobre casamento e relacionamento. Como tem sido continuar debruçada sobre esse texto?
É muito legal você ver os desdobramentos de um projeto. Acho que a gente perdeu às vezes essa paciência de processos. As coisas não são sempre imediatas, ainda mais na cultura brasileira. A gente tem que caminhar, a gente está retomando ainda todo o nosso processo criativo com as leis de incentivo, com uma valorização do artista, do nosso trabalho… Então, acho que isso tudo faz parte desse grande processo de retomada e, aos poucos, a gente tá conseguindo fazer o que a gente gosta, aquilo em que a gente acredita. Eu fico muito feliz de estar trabalhando com o Michel. Acho ele um gênio e a gente tem muito mais para mostrar ainda sobre esse texto e sobre esse tema.
Acha que você mudou com tudo o que viveu e tem vivido nos últimos meses? Como define a Leticia de hoje?
Estou me reinventando, tentando me redescobrir também a todo momento. Eu sou feliz com a novela. Tem sido um ambiente muito agradável, sabe? O elenco, esse texto da (Alessandra) Poggi. Ela é muito boa. Então, é um momento mais tranquilo.
Sua ideia inicial é ficar sozinha por um tempo e curtir a si própria ou sente falta de estar com alguém?
Estou vivendo e tentando entender minha nova identidade, sem um companheiro. E vivendo um dia após o outro, sem grandes expectativas.
Conte para gente um segredo. O que ninguém sabe sobre Letícia Colin?
Certamente devo ter algum segredo, mas não vou te contar hoje.(risos)
Não tem nenhum que você possa contar?
Vou pensar… Daqui a pouco eu te respondo essa.
Tem certeza?
Tenho! Imagina? Uma coisa do nada. Não sei.
Créditos: Bianca Portugal (texto, com a colaboração de Christovam de Chevalier) e André Ligeiro(imagem)