Em se tratando de uma festa como a do Oscar – a mais importante da indústria do cinema, especialmente nos EUA – não existe unanimidade. A cada nova edição, as expectativas em torno dos resultados dão lugar à frustração e à euforia pela vitória deste ou daquele indicado.
O crítico de cinema Rodrigo Fonseca, especialista no assunto, acaba ficando neuma espécie de “fogo cruzado” suscitado pelas opiniões dos espectadores, movidas pela repulsa e pelo completo entusiasmo. E, a pedido do NEW MAG, Rodrigo elenca alguns dos pontos que marcaram a edição do Oscar deste ano, da qual “Ainda estou aqui”, de Walter Salles, levou a estatueta no quesito Melhor Filme Estrangeiro.
– Há muito não se via uma festa tão divertida, com um apresentador (Conan O’Brien) tão fino e preciso, comandando uma votação que coroou a grife autoral de Walter Salles, numa revisão crítica dos Anos de Chumbo que há muito o país merecia ver – avalia o crítico com direito à celebração: – Realizamos um sonho almejado desde a década de 1940, quando Ary Barroso nos representou lá.
Para Rodrigo,”Anora” fez jus às suas qualidades ao sair da festa com cinco estatuetas. O crítico lamenta, portanto,o fato de a jovem Mickey ter retirado o Oscar das mãos daquelas que de fato mereciam, e Rodrigo puxa a brsa também para Demi Moore por sua atuação em “A substância”, como ele destaca:
– “Anora” ganhou tudo que merecia, consagrando a força indie do audiovisual americano, mas tirou o prêmio de Melhor Atriz de quem mais merecia: Demi Moore (por “A Substância”) e Fernanda Torres (por “Ainda estou aqui”).
E, para o tarimbado jornalista, a noite contou, sim, com uma injustiça. E ela resvala sobre o mérito de Ralph Fiennes, cujo desempenho em “Conclave” tem de fato arrebatado público e crítica mundo afora.
– Um tanto injusta foi a massa de Oscars dados a “O Brutalista”, tirando de Ralph Fiennes o merecido troféu de Melhor Ator por “Conclave”. Nele, Isabelçla Rossellini tem uma atuação memorável, mas nenhuma coadjuvante brilhou mais do que a ganhadora, Zoe Saldaña – arremata o crítico.
Amo que vem tem mais. E, no quesito decepções e celebrações, a edição será igualzinha a esta que passou…
Créditos: Christovam de Chevalier (texto) e divulgação (imagem)