Ele já foi chamado de Rei da Noite. O epíteto nada tinha de exagerado, pelo contrário: coroava o olhar que Ricardo Amaral tinha para o entretenimento. Belos exemplos não faltam. E vão da Sucata – onde Caetano Veloso, Gilberto Gil e Os Mutantes realizaram show histórico em 1968 – ao Metropolitan (hoje Qualistage), casa de maior porte pela qual, a partir dos anos 1990, todos os grandes da música passaram.
Pois a vida desse empresário, visionário e destemido, será contada no cinema. E num documentário apropriadamente intitulado de… “O Rei da Noite”. O projeto é uma iniciativa do Pedro Dumans, da 232 Filmes, e vai abordar diferentes aspectos da trajetória do Ricardo, como ele próprio conta:
— A ideia é a de tratar da “porralouquice” que foi a minha vida. Nada vai ficar de fora.
Nada mesmo. Tanto é que, em se tratando do caleidoscópio que é sua trajetória, nomes de diferentes áreas estão gravando depoimentos. A lista inclui o jornalista Nelson Motta (que vem a ser primo de Ricardo) a empresária Liège Monteiro, uma das mais importantes promoters do país, e abarca nomes da política como o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, e o deputado federal e empresário Júlio Lopes, entre muitos outros.
Perguntado se o projeto terá depoimentos de jornalistas que acompanharam sua rápida passagem pela profissão, Ricardo recorre à sinceridade e ao sarcasmo que são duas de suas marcas…
– Adoraria, mas estão todos mortos! – responde ele não contendo sua tonitruante gargalhada.
O fato é que Ricardo está vivíssimo. E boas histórias não hão de faltar neste projeto.