O dito popular “nas bocas” pede uma adaptação quando se trata de Vitor Hugo. No caso do ator, que surgiu ainda garoto na TV, ele está nas telas – tanto nas do Brasil quanto nas de Portugal. Visto na reprise de “Cabocla”, recém-exibida pela TV Globo, ele volta a dar o ar da graça em outra reprise, desta vez pelo Globoplay. O folhetim em questão é “Perigosas peruas”,que marcou, em 1992, a estreia do ator, então com 15 anos, num folhetim.
Se os fãs brasileiros têm agora outra chance de matar as saudades do ator, o público lusitano tem a chance de acompanhá-lo em dose dupla. Torugo, como é chamado pelos amigos de cá, está no ar simultaneamente em duas produções portuguesas. Isso mesmo.
E em uma delas vive uma figura de grande vulto para a História política… brasileira. Em “Travessia”, minissérie exibida pela RTP, ele vive o ex-presidente Epitácio Pessoa (1865-1942). Já na novela “A fazenda”, levada ao ar pela Amazon Prime portuguesa, ele é Ivandro, um vaqueiro oriundo de Mato Grosso.
– Ele tem um passado obscuro, ninguém sabe exatamente de onde ele vem. Sabe-se que ele veio do Brasil e que trabalha como vaqueiro, mas, na verdade, ele tem uma agenda própria, que é descobrir algo relacionado ao próprio passado – explica o ator que, com o trabalho, elenca sua oitava participação numa produção da emissora.
E para compor esse tipo matuto e tão brasileiro, o artista bebeu na fonte de um de nossos maiores escritores, como ele conta:
– Como é um personagem do interior, fui ‘beber’ no (romance de) João Guimarães Rosa, no ‘Grande Sertão Veredas’, e no personagem Riobaldo. E tem sido uma experiência deliciosa poder brincar com uma prosódia, com a maneira de falar, que é um bocado diferente da minha, carioca.
Vitor Hugo deixou o Brasil para alçar novos (e belos) voos, mas o Brasil não o deixa. E que assim continue.
Créditos: Christovam de Chevalier (texto) e divulgação (imagem)