“Uma grande autoridade artística brasileira”. A definição é a de um emocionado Milton Cunha e não poderia ser mais precisa para definir Rosa Magalhães, um dos grandes nomes do Carnaval. Rosa morreu, aos 77 anos, na noite da última quinta-feira (25), no Rio de Janeiro. A carnavalesca estava em seu apartamento, em Copacabana, Zona Sul da cidade, e não resistiu a um infarto. O corpo da artista será velado nesta sexta-feira (26), a partir do meio-dia, no Palácio da Cidade, em Botafogo.
Rosa Magalhães construiu, através do seu talento e inventividade, uma trajetória que fez dela campeã como as escolas de samba pelas quais passou. Imperatriz Leopoldinense, Império Serrano e Unidos de Vila Isabel foram algumas das agremiações às quais Rosa colaborou em mais de 50 anos de carreira.
– Ela vai além da grande estudiosa e se transforma numa grande foliã. E numa grande autoridade artística brasileira. Ela se utiliza da estrutura da escola de samba para contar para o país grandes histórias – constata Milton em depoimento ao NEW MAG na manhã desta sexta-feira.
A versatilidade de Rosa, que foi além dos desfiles das escolas de samba, é um dos pontos destacados pelo carnavalesco e comentarista:
– A carreira intensa da Rosa na academia, na erudição também reflete na carreira popular dela triunfando nos desfiles das escolas de samba. Há também uma terceira vertente que é a da carreira nas artes plásticas, nos museus, nas exposições e no teatro. É incrível como ela construiu a vida e sua trajetória jogando em várias posições e triunfando em todas.
Outro ponto levantado por Cunha é o da simplicidade de Rosa. A artista bebeu no academicismo sem com isso tornar-se uma pensadora meramente teórica, conciliando a intelectual com a criadora inventiva e popular que ela foi.
– A admiração é enorme por ela ser muito preparada. E isso não a afastou da simplicidade da contadora de histórias. Uma existência completa, diversa e brasileiríssima – arremata ele.
Crédito das imagens: divulgação e Diego Mendes