Quando se fala na Tropicália, natural evocarmos grandes nomes como os de Caetano Veloso, Gilberto Gil e Os Mutantes. Acontece que o movimento musical não teria parte de sua exuberância sonora não fosse por Rogério Duprat (1932-2006). O maestro, arranjador e compositor foi responsável pela criação de uma linguagem e estética sonoras no movimento tropicalista, surgido em fins dos anos 1960. Dois exemplos estão nos arranjos de “Alegria, alegria”, de Caetano, e “Domingo no parque”, de Gil. Este legado musical é analisado agora no livro “Rogério Duprat, arranjos de canção e a sonoplastia tropicalista” (7 Letras/Faperj), do historiador, músico e professor universitário do IFRJ e da Pós- Graduação em Música da UFRJ Jonas Lana. O lançamento é nesta quinta (08), a partir das 19h, na Livraria da Travessa de Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro.
– O livro se divide em duas partes. Na primeira, é possível ver a formação e a produção musical de Duprat, além de discursos biográficos que tomei como base e entrevistas que realizei com profissionais que trabalharam diretamente com ele, como produtores e técnicos de som, que contam sobre a rotina dos bastidores. A segunda parte analisa as produções dos grandes nomes do tropicalismo como Caetano, Gil, Tom Zé, Os Mutantes e Gal Costa – explica Lana ao NEW MAG.
A obra foi escrita originalmente como tese de doutorado e defendida em 2013. Nela, Lana conta sobre a trajetória de Duprat e une fatos históricos a análises de antropologia. O autor também traz uma reflexão de como o tropicalismo influenciou de forma significativa as gerações futuras.
– Rogério Duprat foi importante em várias áreas, como o cinema, a TV e o rádio. Ele gostava de inserir mensagens cifradas e de entender como os arranjos se comunicam – arremata o professor.