‘Um ator que marcou a História’

agosto 18, 2024

O crítico Rodrigo Fonseca fala das impressões causadas por Alain Delon quando esteve com o astro em Cannes

O jornalista Rodrigo Fonseca, uma dos mais respeitados críticos de cinema do país, esteve uma única vez com Alain Delon. O encontro com o mítico ator francês deu-se no Festival de Cannes, na França, em 1999. O evento acabaria marcado pela consagração do longa coreano “O parasita”, mas foi agitado mesmo pela estada do ator francês, cuja beleza foi eternizada pelos Mutantes na canção “Balada do louco”.

Então com 64 anos, Delon foi, na ocasião, homenageado de forma honorário pelo festival. A pedido de NEW MAG, Rodrigo relata a impressão provocada pelo encontro com o astro do cinema francês e mundial, que sai de cena neste domingo (18), aos 88 anos.

– O Festival foi sacolejado pela homenagem honorária a um ator cujo nome se tornou signo vivo de beleza numa proporção planetária. Na cerimônia de premiação, na Croisset, Alain Delon parecia cansado e já dava sinais de um esgotamento em relação à vida e em relação ao próprio circo midiático que o popularizou – rememora Fonseca, corroborando a impressão: – Tanto que, nos últimos anos,  ele se afastou cercado pelas muitas polêmicas suscitadas pelas suas declarações controversas.

Imortalizado em produções como “Rocco e seus irmãos” e “O sol por testemunha”, ambos de 1960, o ator é lembrado pelo crítico por sua atuação numa produção policialesca. A película em questão é “O samurai”, de 1967, como destaca Rodrigo a seguir:

– Foi marcante ver um ator que marcou a História do Cinema não somente como galã, mas como símbolo de produções revolucionárias como “O samurai”, que é, para mim, dos maiores clássicos da narrativa policial de todos os tempos.

Estar cara a cara com um mito do cinema e símbolo de beleza é algo antológico. E, passados cinco anos, Rodrigo aponta para o principal impacto causado pela figura mítica de Alain Delon.

– Acho que o grande impacto de ter visto Alain Delon ao vivo foi o de poder perceber, de uma maneira muito aguda, o ocaso de um mito. Um mito que se retirava da cena um pouco pela dificuldade de lidar com o próprio envelhecimento, não o do seu corpo, mas o da própria imagem e o do simbolismo a ele relacionado – arremata o jornalista.

Um mito eternizado pelo cinema, arte que poderá mostrar que ele vai muito além da beleza incomum que o consagrou.

Crédito da imagem: Reprodução (instagram)

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