O poeta e imortal Antonio Cícero morreu nesta quarta-feira, aos 79 anos. Ele teve morte assistida, em Zurique, Suíça, em razão de uma doença degenerativa. Estava acompanhado de seu companheiro, o figurinista Marcelo Pies, que volta ao Brasil nesta quinta (24). O corpo do escritor será cremado. Para explicar a sua decisão, deixou uma carta aos amigos e familiares. “Espero ter vivido com dignidade e espero morrer com dignidade”, afirmou num trecho.
Muito além de poeta e filósofo, Antonio Cícero era um letrista de mão cheia. Sua principal parceira era a irmã, a cantora Marina Lima, com quem dividiu autorias de sucesso como “Fullgás”, “Para começar” e “Acontecimentos”, entre outras. Outra parceria de sucesso é “O último romântico”, feita em coautoria com Lulu Santos. Outras parcerias notáveis foram feitas com Adriana Calcanhotto, outra parceira constante, com o poeta Waly Salomão (1943-2003), João Bosco, Orlando Morais e Claudio Zoli, com quem compôs “A francesa”, sucesso na voz de Marina.
Para celebrar o seu legado a ABL está preparando um recital, no qual Mariana cantará as músicas escritas por Cícero. O evento ainda não tem data marcada, mas tem previsão para o final do ano. NEW MAG ouviu o poeta e imortal Antonio Carlos Secchin, que lamentou a partida e está organizando a homenagem.
— Antonio já está fazendo falta por aqui, mas foi tudo como ele quis. Me empenhei muito pela entrada dele na Academia Brasileira de Letras, pois sabia da grande contribuição que ele daria como poeta, filósofo e letrista, mas principalmente pelo ser humano que foi. Muito íntegro, ético e sempre solidário. Amparado numa vasta cultura, uma presença constante e sempre atento. Vamos manter esse recital, que já estava marcado com ele em vida, para celebrar seu poderoso legado — comentou Secchin.
Crédito da imagem: Chico Cerchiaro