‘Tudo o que canto é de verdade’

janeiro 29, 2025

Simone fala do novo álbum e revela segredo de família em bate-papo com Leonardo Lichote no Rio de Janeiro

“Tudo o que canto é de verdade”. A frase não foi proferida por uma cantora qualquer, mas por Simone Bittencourt de Oliveira,  ou simplesmente Simone, uma de nossas mais importantes intérpretes. A Cigarra, como é carinhosamente chamada, foi a primeira convidada do projeto “Lança perfume”, realizado pelo jornalista Leonardo Lichote e por Alessandra Debs e aberto, na noite da última terça-feira (28), no Manouche, o clube da Casa Camolese, Zona Sul do Rio de Janeiro.

Foi a primeira vez que a artista foi à casa de shows e, na ocasião, comentou com Lichote algumas das faixas de seu novo projeto, “Simone – 50 anos ao vivo” (Biscoito Fino). O local ficou lotado (com parte do público de pé, inclusive) para reverenciar a cantora, prestigiada também pela cantora Ana Costa, pelo instrumentista Charles Gavin e pelos fotógrafos Thereza Eugênia e Leo Aversa.

– Tudo o que canto é de verdade, tem a ver com algo que vivi, que esteja vivendo ou com algo que gostaria de estar vivendo – revelou Simone ao ouvir “Jura secreta”, canção de Sueli Costa e Abel Silva lançada por ela em 1977. Interpretar a canção é algo arrebatador para ela até hoje: – Eu fico emocionada, eu fico nervosa e ela me envolve. No dia da gravação eu mordi o microfone.

O papo fluiu com leveza e emoção dosados na medida certa – e não poderia ser diferente em se tratando de Lichote. Repórter musical arguto, ele arrancou ainda da cantora uma declaração guardada a sete chaves e relacionada ao samba-enredo “O amanhã”, gravado por ela  no LP “Delírios, delícias”, de 1984.

Depois de gravado o samba, Simone soube pela mãe, Letícia, que, quando ela estava grávida, foi abordada na rua por uma cigana que previu o futuro da menina, ainda na barriga da mãe. As palavras da vidente foram guardadas pela mãe, já falecida, e compartilhadas apenas com uma das irmãs da artista, que luta hoje contra uma doença degenerativa.

– Só vou saber o que a cigana disse quando estiver lá em cima, mas imagino que tenha dito que eu me tornaria cantora – revelou a intérprete.

E a noite terminou com o samba cantado a plenos pulmões  pelos presentes. E não foi preciso realejo para constatar que todos ali já estavam felizes.

Créditos: Christovam de Chevalier (texto) e Leo Aversa (foto)

 

 

 

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