Escritor brasileiro de renome internacional, Paulo Coelho dará mais uma preciosa colaboração às artes. Ele e a mulher, a artista visual Christina Oiticica, inauguram um espaço culturam na fundação que leva o nome do casal em Genebra, Suíça.
O Espaço das Artes (L’Espace des Arts) será inaugurado na próxima terça (27) com a exposição “Dichotomie”(“Dicotomia”), que traz obras criadas por Christina juntamente com o artista Txa Txu Pataxó., além de obras do fotógrafo Sérgio Zalis.
– Fiquei com vontade de fazer novamente algo ligado ao Brasil. Fiz uma pesquisa e comecei a pintar círculos, que são símbolos femininos e pinturas tribais carregadas de significados de rituais. Depois, integrei animais brasileiros e outros elementos da fauna – explica Christina,que chegou ao artista pataxó por intermédio de Marcelo Mendonça, curador da exposição.
Adepta da interferência da Natureza nas suas obras, Christina costuma enterrá-las para que sejam transformadas pela ação do tempo. E com Txá não foi diferente. As obras foram enterradas na aldeia do colaborador, e o resultado deixou a artista maravilhada:
– Enviei as telas para ele, que fez a interferência e as enterrou sob uma gameleira, por um ano. Quando me enviou de volta, fiquei maravilhada ao ver as raízes da árvore marcando as telas. O trabalho estava cheio de vida!
O processo de cocriação começou em Genebra em 2019, passou pela aldeia Porto do Boi, em Caraíva, sul da Bahia, e foi concluído novamente na cidade suíça. Ainda que trabalhem juntos desde então, Christina e Txá ainda não se conhecem pessoalmente, e o encontro acontecerá na abertura da exposição.
– Foi emocionante compartilhar compartilhar meu grafismo com a arte da Christina. O resultado foi surpreendente para nós dois – celebra o artista de 26 anos.
A exposição se completa com as fotografias de Zalis, com imagens feitas em Haia,Holanda, e no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, numa técnica que revela textura, força e a complexidade das vegetações.
.Quis mostrar essa dicotomia usando micro-universos, que são essas duas florestas que têm a ver comigo. Uma embaixo da minha casa e a outra, no Jardim Botânico, um lugar que eu sempre frequentei. As luzes são muito diferentes, principalmente na dos Países Baixos, onde as quatro estações são muito marcadas, principalmente pela luz – arremata o fotógrafo.
Créditos das imagens: reprodução instagram (alto) e divulgação
