“Absolute cinema“? Talvez não para Martin Scorsese. O diretor de clássicos como “Taxi Driver”, “Os bons companheiros” e “Os infiltrados” revelou que não vai mais ao cinema — e o motivo não tem nada a ver com os filmes em cartaz.
Segundo ele, a experiência tem sido arruinada pelo comportamento do público. Conversas paralelas, luzes de celulares acesas, ruídos de gente entrando e saindo da sala — tudo isso faz com que o cineasta simplesmente não consiga mais se concentrar na tela, nem mesmo ao assistir aos seus próprios longas-metragens.
O desabafo veio durante uma conversa com o crítico Peter Travers.
— Perguntei ao maestro o porquê dele ter parado de ver filmes no cinema e ele virou um touro indomável para falar da plateia que não para de falar no celular durante o filme, sai da cadeira para pedir lanches e refrigerante e mantém o nível de barulho alto o suficiente para abafar o som dos atores — conta Travers.
Questionado pelo crítico se ele também era falante na juventude, Scorsese respondeu:
— Sim, talvez. Mas quando conversávamos, era sempre sobre o filme e a diversão que tínhamos enquanto debulhávamos os detalhes.
Aos 81 anos, Scorsese segue em plena atividade. Ele prepara um novo drama policial ambientado no Havaí, nos EUA, com Dwayne Johnson no elenco, e também um documentário sobre o Papa Francisco (1936-2025) — com quem, inclusive, teria feito a última entrevista antes da morte do pontífice.
Indicado 16 vezes ao Oscar e vencedor da estatueta de Melhor Diretor em 2007, Scorsese não é mais visto nas salas de cinema, mas segue firme nos bastidores, onde sempre faz história.
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