Ruy Guerra, um dos grandes nomes do nosso cinema, já teve sua filmografia analisada em diferentes publicações. Pois um livro vai estudar, pela primeira vez, a contribuição desse importante cineasta para a nossa música.
“Ruy Guerra letrista” é o título provisório da obra, uma iniciativa do professor Júlio Diniz, do Departamento de Letras da PUC-RJ. A edição trará depoimentos de grandes nomes como o do compositor e arranjador Francis Hime e de sua mulher, a cantora Olívia Hime, que homenageou o autor no álbum “Palavras de Guerra”, lançado pela Biscoito Fino, em 2006.
A contribuição de Guerra, que completou 90 anos em agosto, é mesmo vasta. Ele e Chico Buarque criaram, juntos, clássicos como “Tatuagem” e “Bárbara”, duas das 11 canções compostas originalmente para o musical “Calabar – O elogio da traição”. O espetáculo foi censurado às vésperas de estrear, em 1973, levando ao prejuízo o casal Fernando Torres e Fernanda Montenegro, produtores da montagem.
As 11 canções acabaram gravadas (algumas só de forma instrumental) por Chico. O álbum não podia trazer o nome Calabar e acabou renomeado como “Chico canta”. A proibição levou Maria Bethânia a usar parte das canções no show “A cena muda”, que estreou no ano seguinte.
Crédito da foto: Tony Costa