Wanda Sá é aquele tipo de cantora – rara – que, ao longo da carreira, manteve-se fiel ao seu estilo e ao seu canto. É assim se mantém desde 1963, quando fez sua estreia fonográfica com “Vagamente”, álbum que faria, pelas décadas seguintes (e ainda hoje), as cabeças de músicos e apreciadores da boa música devido à sua sofisticação, latente tanto no repertório quanto na arregimentação, a cargo de Roberto Menescal, produtor do LP.
A partir do casamento com Edu Lobo, gênio da nossa música, em 1969, Wanda deixou a música de lado para dedicar-se aos três filhos, frutos da união com o compositor. O hiato duraria 20 anos e só seria quebrado na década de 1990. Wanda retomou as rédeas de seu canto sem trair suas escolhas ou a si própria. Essa artista, sofisticada e peculiar, completa 80 anos nesta segunda-feira (1º de julho). A celebração será íntima, na companhia das filhas Mariana e Isabel (Bernardo está em Lisboa, onde vive) e dos netos.
Mas seus fãs e admiradores não foram esquecidos. E serão brindados com um álbum com que ela celebrará suas seis décadas de carreira e os 60 anos de “Vagamente”. A artista compôs com Bena Lobo, seu filhotão, ganhou canções de Menescal e de Joyce Moreno e pediu a Nando Reis letra para melodia inédita de João Donato (1934-2023), promovendo, assim, a parceria póstuma entre os artistas. O projeto, com direção artística de Regina Oreiro, sairá no fim do ano pela Biscoito Fino.
E viva Vanda Sá!
Crédito da imagem: Nana Moraes