
Uma pintora não lida somente com cores, pigmentos e texturas. Ela lida também com o espaço geográfico de suas telas. E também com os vazios. E, no caso de Elizabeth Jobim, com pausas e – por que não? – silêncios. Como numa partitura… Como na vida em si. E ela dá mais uma prova disso em sua nova exposição, “A inconstância da forma”, aberta na noite da última quinta-feira (24),na Casa Roberto Marinho, no Rio de Janeiro.
Com curadoria do craque Paulo Venâncio Filho, a mostra reúne não somente as telas dessa grande artista, mas também seus desenhos, tão vibrantes e suntuosos quanto suas pinturas. No primeiro andar, suas obras dialogam com as de outros mestres, alguns deles da sua geração, como Jorge Guinle Filho (1947-1987), ou mesmo com nomes que os precederam,como Alfredo Volpi (1896-1988) e Heitor dos Prazeres (1898-1966), este músico como o pai da artista, o Maestro Soberano Tom Jobim (1927-1994).
A abertura foi prstigiada por grandes nomes das artes,numa demonstração do prestígio alcançado por ela entre seus pares. Espalhados pelas salas estavam Beatriz Milharez, Iole de Freitas, Waltércio Caldas, José Bechara, Gabriela Machado, Ana Holck e Walter Goldfarb. O fino do fino.
Beth seguiu nas artes seu próprio caminho e nele persevera. Vigorosa, sóbria e genuína n’o que tinha de ser.
Créditos: Christovam de Chevalier (texto) e Selmy Yassuda (fotos)