O que é bom merece repeteco. O que é muito bom, então… O grupo Oficina Uzyna Uzona começa o ano no local que é seu habitat: o palco do Teatro Oficina. O grupo volta a apresentar no mítico espaço a elogiada montagem de “O jogo do poder”, o primeiro espetáculo do grupo após a morte de José Celso Martinez Corrêa (1937-2023). O espetáculo tem direção de Marcelo Drummond, viúvo do encenador, e a nova temporada estreia nesta sexta (12), estendendo-se até 28 de janeiro.
As apresentações são também uma homenagem a Carlos Queiroz Telles (1936-1993), um dos fundadores do Oficina e autor de “O jogo do poder”, cujo texto foi elaborado a partir de trechos de clássicos de Shakespeare. A encenação é conduzida por bobos da corte, comuns nas tragédias do bardo, e reúne, além deles, figuras de clássicos como “Rei Lear”, “Ricardo II”, “A tempestade” e ‘Hamlet”, entre outros.
– Originalmente este projeto não era do Oficina, pois o texto genuíno é para quatro atores. Mas acabou se tornando uma montagem do Oficina, numa montagem musicada – entrega o ator Fioravante Almeida, também produtor da montagem, festejando o novo formato: – Convidei o Marcelo Drummond para dirigi-la e agora temos 14 intérpretes no elenco e uma banda composta por seis músicos.
A montagem brasileira do texto estreou em 1974, dirigida por Gianni Ratto (1916-2005), tendo o elenco encabeçado por Sérgio Mamberti (1939-2021)e por Madalena Nicol (1919-1996). E volta aos palcos antecipando as celebrações pelo cinquentenário que completa no ano que vem. A celebração estende-se também ao Oficina, que completou 65 anos de criação.
– No caso do Oficina é melhor fazer com muita gente, para preencher o teatro inteiro. Tem muita música, e as canções foram feitas especialmente para esta encenação, numa criação coletiva – arremata Drummond.