Nossa Senhora do Ó terá sua história contada em livro pela filóloga e filósofa francesa Barbara Cassin, da Academia Francesa de Filosofia, fundada em 1635. Por se tratar de uma santa muito venerada no Brasil, a autora será auxiliada na pesquisa por profissionais brasileiros.
Um dos nomes contatados por ela é o do professor Fernando Santoro, diretor do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (Ifics), da UFRJ. Uma das tarefas pedidas a ele é a de traduzir para o francês o “Sermão de N. Sra. do Ó”, do padre António Vieira (1608-1697). Barbara deve vir ao Brasil este ano, inclusive.
No Brasil, Nossa Senhora do Ó, também conhecida como Nossa Senhora da Expectação, é celebrada em muitas regiões. A primeira imagem trazida aportou em Pernambuco, então uma capitania. Ela é celebrada em cidades como Sabará (MG), onde dá nome a uma capela, e, em Mosqueiro, ilha distrital de Belém (PA), é realizado um Círio em seu louvor.
A devoção a essa santa está ligada à corrente mariana e teve início na cidade de Toledo, Espanha, por ocasião do X Concílio, quando estabeleceu-se que a festa da Anunciação seria celebrada no dia 18 de dezembro. A expressão “do Ó” vem, na verdade da exclamação “Oh!”, que abrem as Antífonas Maiores, cantadas em louvor à Virgem Maria e ao aviso da Anunciação, e acabou modificada em terras brasileiras.