‘Sofro críticas desde sempre’

setembro 1, 2023

A chef Bela Gil fala sobre o desafio de estar no "Saia justa", vida saudável, família e relacionamento não monogâmico

Bela Gil até cogitou a ideia, mas preferiu não seguir os passos do pai, Gilberto Gil, e os de seus irmãos na música. Seu talento é outro e sua área de atuação, a gastronomia. Engana-se quem pensa que ela não herdou esse dom do pai. Bela cresceu vendo-o alimentar-se de forma saudável. Quando adulta, tornou-se chef de cozinha, tornando-se famosa pelo uso de ingredientes diferenciados. Da cozinha à TV foi um pulo e, em 2014 virou apresentadora no GNT. No “Bela cozinha”, a receita era misturar bons pratos e papo. Hoje no “Saia justa”, Bela é uma das principais vozes do feminismo, do combate a obesidade infantil e da preservação do Meio Ambiente no país. Em entrevista ao NEW MAG, ela falou sobre alimentação,  sustentabilidade, família, seu momento atual na televisão e sobre relacionamentos não monogâmicos.

Como você acredita que a alimentação saudável pode contribuir para o desenvolvimento sustentável do Brasil?

A forma como são produzidos e distribuídos os alimentos impacta muito no Meio Ambiente. Precisamos mudar. Isso tem contribuído muito para o aquecimento global. A questão da alimentação é muito forte nessa pauta. Se nós mudarmos a forma de produção dos alimentos para uma agricultura orgânica e agroecológica podemos transformar essa realidade.

Diversos alimentos de origem animal ganharam versões “do futuro”, como por exemplo o hambúrguer sem carne bovina, mas, ainda assim, são industrializados. O que você pensa sobre isso? Acha que pode ser algo positivo ou negativo para alimentação?

Pode ser um ganho para o Meio Ambiente, mas uma perda para a saúde. É preciso equilíbrio. Tem espaço suficiente de terra para produção de alimentos de verdade, mais saudáveis. Acredito que devemos diminuir o consumo de proteína animal porque, da forma que vem sendo produzido e consumido, é insustentável. 

Você é mãe da Flor, com 14 anos, e do Nino, de 6. Eles também seguem um cardápio saudável até mesmo quando estão longe de casa?

Sim, educação é fundamental. Consegui educá-los com um bom paladar para uma boa alimentação. Claro que eles têm o momento do sorvete no fim de semana, do bolo e do brigadeiro na festa, mas eles sabem que são exceções e não a rotina do dia a dia. 

Você foi muito importante na época em que seu pai precisou submeter-se a um tratamento renal e, agora, dá apoio à Preta. Como você vê o uso da alimentação aliada ao tratamento medicinal?

É fundamental. A gente é o que a gente come. Enxergo a comida como uma ferramenta de prevenção e cura de doenças. É mais uma forma que temos para fortalecer o próprio tratamento médico e o processo de cura. 

Este ano, você entrou para o time de apresentadoras do “Saia justa”, no GNT. Como está sendo essa experiência e sua relação com as apresentadoras? 

Eu adoro, o programa é muito bacana. É um programa de opinião, diferente do lugar que sempre estive como apresentadora. No “Saia justa”, acabo me expondo mais em relação aos meus pensamentos. É um espaço para as pessoas me conhecerem melhor e entenderem minhas ideologias. As meninas são maravilhosas, a gente tem uma troca muito gostosa.

Você revelou que tinha um casamento aberto, algo que ainda choca as pessoas. De que forma você lidou com as críticas? Acha que as relações não monogâmicas vão se tornar cada vez mais comuns?

Sofro críticas desde sempre. Foi só mais uma, lido bem (risos). Estamos conhecendo mais sobre as relações não monogâmicas. Conhecimento leva à prática e esse é o primeiro passo para instituir mais sobre isso nas nossas vidas. A não monogamia está crescendo e pode crescer ainda mais.

Crédito da imagem: reprodução / Instagram

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