Nesta segunda-feira (10), um caso chocou o público brasileiro, especialmente quem viaja para o exterior com mais frequência. A atriz Ingrid Guimarães relatou um tratamento hostil da parte da tripulação de um voo que ela tomou de Nova York para o Rio de Janeiro pela empresa American Airlines. A equipe exigiu que ela passasse da classe intermediária para a classe econômica e chegou a fazer ameaças, segundo a artista.
O NEW MAG foi entender melhor como funcionam os procedimentos para este tipo de caso, e conversou com a atriz e DJ Izabella Van Hecke, que foi comissária de bordo por 23 anos. Segundo ela, a companhia tem algumas opções nestes casos, como oferecer um voucher com algum valor para o passageiro mudar de classe, oferecer uma diária de um hotel para que volte em um voo no dia seguinte ou retirar apenas o passageiro que pagou a tarifa mais baixa no setor.
– Eles podem mudar o passageiro de classe, é que nunca lemos o contrato da empresa aérea. Mas o problema é como eles falam. Eles são muito arrogantes e soberbos, principalmente na American Airlines. É a pior das companhias para estes voos. Sempre evito e tento ir com a United – destacou ela, que criticou o critério de preferirem trocar uma mulher de assento: – Não é um procedimento, mas é mais fácil. Viram que ela não tinha o inglês para lutar. Sabem que com o homem o escândalo seria maior. Mas deram o azar de ser uma pessoa pública no Brasil e que vai lutar por seus direitos.
Segundo Izabella, é obrigatório que a tripulação tenha alguém que fale o idioma do país para onde vai o voo. No caso de Ingrid, esta pessoa foi chamada, mas não ajudou na comunicação. Alguns fatores ainda deixaram a atriz numa posição vulnerável. Ela destaca também que o fato de terem passado o problema para os outros passageiros, ao culpá-la publicamente é totalmente fora dos procedimentos de companhias aéreas.
– Eles fizeram pressão psicológica. A irmã abafou a situação para ela não entrar na blacklist. Porque você entra mesmo e não sai mais. Não é que ela não possa voar por outras companhias, mas pode queimar o filme dela – avalia Izabella, que completa: – Eles precisam ter um tripulante que fale o idioma. Mas o brasileiro, que deveria ajudar, botou mais lenha na fogueira. O brasileiro, quando se torna cidadão americano, se acha.
A ex-comissária lembrou ainda que houve outro caso parecido anos atrás, este com o cantor e compositor Dudu Nobre, na mesma companhia aérea. Na ocasião, o sambista e Adriana Bombom registraram queixa de racismo contra comissários de bordo da American Airlines.
Crédito das imagens: Kelly Fuzaro (Ingrid) e Divulgação
