São bonitas as canções

agosto 29, 2023

Edu Lobo completa 80 anos de forma discreta, preparando novo álbum e sua volta aos palcos em novembro

Ele é brasileiro. A estatura até pode ser mediana, mas sua grandeza, imensa dentro da música brasileira. Estamos falando de Edu Lobo, que completa 80 anos nesta terça-feira (29). E o tempo é como um rio que fez da obra do compositor um manancial dos mais caudalosos, dentre os de nomes da sua geração, surgida em meados dos anos 1960.

A comemoração será em novembro, quando o artista lança novo álbum e volta aos palcos, onde, em pouco mais de seis décadas de carreira, fez aparições discretas, mas antológicas. Uma delas foi o show no Canecão em 2010, tendo sido o último apresentado naquela casa, fechada desde então.

O dia do aniversário será passado em casa, na Zona Sul do Rio de Janeiro, na companhia dos filhos e netos, fazendo jus à discrição do artista, discípulo dileto de Tom Jobim (1927-1994), ao lado de quem gravou “Edu & Tom”, álbum tão importante quanto “Elis & Tom”, lançado uma década antes.

Com Edu não tem oba-oba e o lero-lero é o da canção. Ele é discreto no trato e reservado na vida pessoal, saindo de casa para o que de fato lhe interessa, o que pode incluir um show de Monica Salmaso, um dos nomes de sua predileção. Ou, como no último domingo (27), subir ao palco do Manouche como convidado surpresa (e NEW MAG cantou a pedra) no show de Bernardo Lobo, o filho que segue a linhagem do pai.

O próprio Edu saiu aos seus. Filho do compositor Fernando Lobo (1915-1996), ele era um jovem aspirante quando, numa reunião na casa dos pais da hoje cantora Olívia Hime, na Serra fluminense, ganhou uma letra de Vinicius de Moraes (1913-1980). O manuscrito foi trazido ao Rio no sapato, para que não se perdesse. A parceria em questão foi o samba “Só me fez bem”, gravado magistralmente por Maria Bethânia em 1966.

O Poetinha foi o primeiros de um rol de parceiros que incluem grandes nomes como Torquato Neto (1944-1972), Capinam, Cacaso (1944-1987), Paulo César Pinheiro e que tem certamente em Chico Buarque o mais profícuo.

“Moto contínuo” inaugura a parceria entre os dois. Ela foi gravada em 1981 tanto por Edu, no supracitado “Edu e Tom” quanto por Chico no LP “Almanaque”. Poucos anos depois, fariam juntos um álbum que se tornaria um dos mais belos da música brasileira: “O grande circo místico” (1983). O disco reuniu os temas criados para o balé homônimo do Teatro Guaíra. E não demoraria para se tornarem clássicos como nos casos de “Beatriz”, “Sobre todas as coisas” e “Ciranda da bailarina”.

Qual um escafandrista que mergulha em si atrás daquilo que tem de mais genuíno, Edu Lobo foi ao fundo do fundo do fundo da criação. E subiu à tona, não como anda um corpo, mas um sentimento. E trouxe consigo belezas capazes de transformar o espectador – e não necessariamente o mais ardoroso – em colibri.

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