Três grandes talentos da nossa música negra juntaram-se, em 1968, num álbum que entraria para a História da música brasileira. O álbum em questão era “Gente da antiga”, que juntou simplesmente os compositores Pixinguinha (1897-1973) e João da Baiana (1887-1974) a Clementina de Jesus (1901-1987), revelada poucos anos antes e lançada no espetáculo “Rosa de ouro”. O repertório do antológico LP é reverenciado 55 anos após seu lançamento por outros três artistas também ligados à genuína música brasileira: a diva veterana Áurea Martins e os jovens cantores André Gabeh e Vidal Assis.
Esse verdadeiro power trio une suas vozes no show “Gente nova da antiga”, que relê o repertório reunido pelos baluartes no LP original. O espetáculo fará apresentações gratuitas neste sábado (15), na Arena Carioca Dicró, na Penha, Zona Norte do Rio de Janeiro, e, no dia 22, a trinca volta a se encontrar no Centro da Música Carioca Artur da Távola, na Tijuca, também Zona Norte da cidade.
O repertório traz joias que dizem muito sobre nossa ancestralidade e tradição cultural. Entre os temas, clássicos como “Batuque na cozinha” (João da Baiana), “Que querê” (Pixinguinha, Donga e João da Baiana) e “Fala baixinho”, parceria de Pixinguinha com Hermínio Bello de Carvalho. As canções ganharam arranjos – alguns camerísticos – que ressaltam sua atemporalidade e o DNA afro-brasileiro.
A elas unem-se canções contemporâneas com as quais conversam. São os casos de “São Pixinguinha”, de Emicida, e “Coisa da antiga”, de Nei Lopes e Wilson Moreira. No show, dirigido por Renata Grecco, os artistas são acompanhados por outras três feras: Marcos Suzano (percussão e pandeiro), Mário Séve (sopros) e Lui Coimbra (violoncelo, violão e rabeca).