O diretor André Heller-Lopes tirou do fundo do baú – literalmente – um objeto de cena usado na montagem de “La traviata”, que, sob sua direção, estreia nesta sexta (17) no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. O retrato visto por Violetta, a Dama das Camélias, no terceiro ato da encenação, foi herdado pelo diretor de sua avó, Cecy, e ficou guardado por mais de 140 anos. Isso mesmo.
Cecy herdou o retrato, por sua vez, de sua bisavó (e tataravó do encenador), Venúncia, falecida há quase um século. O nome da personagem fotografada é uma incógnita, e André, espirituoso que só, a renomeou como Prima Mabel.
– Incorporei a fotografia à ópera porque o vestido parece ser exatamente do período entre 1890-1900 – explica o diretor, que pretende doar o acervo de fotos a um museu de Pelotas (RS).
A nova montagem da Traviata é a primeira versão completa da ópera a ocupar o palco do Municipal. E a encenação volta a ser assinada por um brasileiro desde a célebre montagem de Sérgio Britto (1923-2011), nos anos 1970.
Crédito da imagem: Leo Aversa