“O afeto é um dos maiores tesouros do Brasil”. Para chegar a esta conclusão, o cantor e compositor Tiago Iorc levou algum tempo. Ele, que começou sua carreira cantando em inglês, descobriu a brasilidade sonora que precisava para o novo disco. E encontrou na companheira, a escritora Duda Rodrigues, a parceira ideal. Os dois assinam seis das dez faixas do álbum, apropriadamente intitulado “DARAMÔ”.
– Meu processo criativo sempre foi bastante solitário, e sempre gostei disso. Com a pandemia, no entanto, aprendi muito sobre a beleza do oposto, de como é bonito aprender a partilhar, a abrir espaço para diferentes formas de criar, de existir. Tudo se torna mais plural, mais rico. Eu e minha companheira, Duda, passamos muito tempo juntos nesse período em que ela se descobriu compositora. Escrevemos muita coisa, e o álbum reflete bastante essa troca – conta Tiago ao NEW MAG.
Gravado na Bahia, o álbum tem produção musical de Paul Ralphes e direção executiva de Carlos Taran. A faixa “Saudade boa” foi eleita a faixa de trabalho do disco, com direito a videoclipe já disponível no canal do artista no Youtube.
Já a faixa “Que cansaço não é amar” tem a participação das Ganhadeiras de Itapuã, formado por senhoras, crianças e músicos locais, que nasceu da vontade coletiva de resgatar e valorizar a cultura e a identidade do bairro de Itapuã, em Salvador, Bahia. Outro ponto alto do disco é a homenagem de Tiago à cantora sertaneja Marília Mendonça (1995-2021), de quem recria a canção “Ciumeira”.
– A música tem me permitido mergulhar cada vez mais na minha brasilidade e tem sido bonito esse processo de descoberta. Este é o álbum mais brasileiro que já fiz – declara o cantor.
Crédito da foto: Hugo Toni