Agosto de 2017 é inesquecível para Emílio Orciollo Netto e para a mulher, Mariana. A data marca o nascimento de Lorenzo, filho do casal. Pai de primeira viagem, o ator, então com 43 anos, viu-se às voltas com um estilo de vida que não lhe dava alternativa senão a de adaptar-se a ele.
Histórias engraçadas e tensas foram muitas. E elas inspiraram uma peça teatral. Escrita por Antonio Prata, “Muito pelo contrário” tem direção de Vilma Melo e Victor Garcia Peralta e chega na próxima terça (03 de outubro) ao Teatro dos 4, Shopping da Gávea, Zona Sul do Rio de Janeiro após bem-sucedida temporada em São Paulo.
Fã de Antonio Prata, Emílio assistia à série “Pais de primeira” quando veio a ideia de levar as próprias experiências à cena. Emílio e o escritor não se conheciam pessoalmente e um almoço foi marcado para uma primeira troca de ideias.
– Queria falar de paternidade, de casamento, de comportamento e sexualidade desse homem contemporâneo – conta ao NEW MAG o ator, que classifica o espetáculo como uma grande sátira: – Não é só um papo sobre paternidade. Trata-se de um homem falido que precisa se organizar.
Prata e o ator só não contavam que um fato viraria suas vidas pelo avesso. A pandemia tomou o mundo de assalto três anos depois e fez com que a(s) família(s) se adaptasse(m) a outra nova forma de vida. E com a família do ator não foi diferente, como conta:
– A pandemia mudou tudo. Acabamos por colocar todas aquelas ideias no contexto da pandemia. E, justo por isso, há uma lente de aumento sobre o que todos estão sentindo, naqueles dois primeiros anos de isolamento.
E eles não foram nada fáceis. A tolerância e a compreensão do outro foram muito prejudicados pelo confinamento. Não à toa, muitos casais se separaram. Mas houve aqueles que superaram as dificuldades e foram em frente.
– Há a sensibilidade do casal e há a do homem e a da mulher e tudo ficou mais difícil. Foram afetadas a comunicação, a sexualidade e o próprio relacionamento com a paternidade e com a maternidade, porque um está ligado ao outro – destaca Orciollo.
E que bom que é possível compartilhar dessas experiências. E, tanto melhor, se no teatro.