Guto Goffi e Maurício Barros, dois dos fundadores do Barão Vermelho, tinham 23 e 21 anos, respectivamente, quando o grupo se apresentou na primeira edição do Rock in Rio. O Barão voltou ao festival no ano em que banda e evento celebram concomitantemente 40 anos. Os remanescentes e mais Fernando Magalhães (que ingressou em 1987) e o e guitarrista Rodrigo Suricato, no posto há oito anos, escolheram o evento para a estreia nacional da turnê comemorativa.
A banda abriu, às 16h30m deste domingo (15), a programação do Palco Sunset demonstrando ter as credenciais mais que necessárias para estar no Palco Mundo. Os trabalhos começaram com “Maior abandonado”, canção-título do álbum lançado pelo grupo em 1984, seguida por clássicos como “Por que a gente é assim” e “Bete Balanço”.
– Essa é, como diria Cazuza, “a nova versão de uma velha história” – saudou Suricato pedindo uma salva de palmas especiais aos dois fundadores do grupo, Barros e Goffi: – Graças ao rock n’roll, Barros chamou um amiguinho da escola (Goffi) para formar uma banda e, assim, nasceu o Barão Vermelho. Saudações a quem tem coragem – encerrou ele, dando a deixa para “Pense e dance”.
E o público não só dançou como cantou– e muito. Cazuza (1958-1990), primeiro vocalista do grupo, foi lembrado com “O tempo não para”, canção-protesto imortalizada por ele em fins dos anos 1980, e com “Exagerado”, lançada no seu primeiro álbum-solo, de 1985.
O bamba Bezerra da Silva (1927-2005) foi outro grande nome reverenciado pela banda. Com “Malandragem dá um tempo”, o Barão deu sinais de que a festa estava próxima do fim. Após “Puro êxtase”, o grand finale veio com “Pro dia nascer feliz”, exatamente como no show de 1985 – e quando voltamos a respirar ares democráticos ainda que intoxicados pelas queimadas.
“A felicidade é um estágio imaginário”, reza a letra de “Pense e dance”. Não quando se trata do Barão Vermelho.
Crédito das imagens: Ariel Martini