Quando a palavra empoderamento estava longe de cair no lugar comum em que está hoje, duas mulheres foram – em épocas diferentes – importantes ao se colocarem (e as demais) como símbolos do Carnaval no país. São elas a compositora Chiquinha Gonzaga (1847-1935) e Valéria Valenssa, ela mesma: a primeira Globeleza a embalar as vinhetas da TV Globo nos períodos de folia. Essas duas mulheres têm seu pioneirismo reavivado num filme.
“Era uma vez Carnaval” conta a História da festa mais popular do país, indo de Chiquinha Gonzaga, autora de “Ó, abre alas”, primeira marchinha criada no país (e por uma mulher), passando pela primeira Globeleza, personificada por Valéria ao longo de dez anos, culminando na representatividade que a festa tem hoje no país. Realizado pela Brasil Paralelo, o documentário, de 37 minutos, está disponível para assinantes na plataforma da Brasil Paralelo.
Valéria, que abdicou do posto para realizar o desejo de ser mãe, queria ter retornado à função para encerrá-la em grande estilo, mas, para sua surpresa, acabou dispensada pela emissora.
– Foi um momento muito delicado, num período no qual eu estava muito sensível. Não aconteceu da maneira que eu gostaria – recorda Valéria que gostaria de ter fechado o ciclo de outra forma: – Eu queria encerrar essa jornada de maneira grandiosa.