Preciso e precioso

abril 28, 2024

Ivan Lins tem álbum gravado com orquestra suíça lançado no Brasil e prepara turnê para festejar as cinco décadas da parceria com Vitor Martins

Quando mostrou a Bené Nunes (1920-1997) suas canções, o ainda desconhecido Ivan Lins ouviu do grande pianista um elogio que seria premonitório: –  Não ouço nada parecido desde Tom Jobim, que conheci há dez anos. Temas como “O amor é meu país” e o samba-soul “Madalena” levaram Ivan a trilhar um caminho que o consagrou no Brasil e, a exemplo do Maestro Soberano, também no exterior. Tanto que ele compõe – juntamente com Milton Nascimento e Djavan – uma tríade de músicos pós-bossa nova respeitadíssima por nomes como Ella Fitzgerald (1917-1996), Barbra Streisand e pelo produtor Quincy Jones, entre outros.

A qualidade musical da obra de Ivan chamou atenção do saxofonista suíço George Robert. Em 2009, ele uniu o brasileiro à sua George Robert Jazz Orchestra. E o resultado foi o álbum “Abre alas”, com sete clássicos do compositor orquestrados pelo também saxofonista Bob Mintzer. O projeto, que traz Ivan ao piano e cantando em português, chega finalmente ao Brasil 15 anos após seu lançamento.

E este é apenas um dos bons motivos para Ivan comemorar. O compositor sai, no segundo semestre, em turnê para celebrar os 50 anos da parceria com Vitor Martins, ao lado de quem criou obras-primas como “Bilhete”, “Começar de novo”, “Novo tempo” e “Aos nossos filhos”.

– A música de Ivan tem sido parte da minha vida. Seu lirismo, sua noção única de melodia e harmonia têm me inspirado há muitos anos – celebra Robert, feliz com o fato de o álbum chegar finalmente ao público brasileiro.

Ivan,  Bob e ele tiveram uma missão hercúlea: os sete temas escolhidos saíram de uma lista extensa que, após enxugada, incluía ainda 20 músicas. Bob ainda tirou proveito de uma feliz coincidência: aproveitou que ele e Ivan estavam no Japão na mesma época para assistir a todas as apresentações do brasileiro no Blue Note de Tóquio, como ele rememora:

– Sou fã da música de Ivan há muito tempo. Suas incríveis composições são tão emocionantes e cheias de cores, que foi uma experiência muito legal orquestrá-las para uma grande formação. Os arranjos praticamente se escreveram sozinhos.

O entusiasmo dos colegas estrangeiros é compartilhado também por Ivan, autor de obra magnânima na música. E, assim ele segue, sem descuidar da qualidade de sua produção. E a seus fãs resta fazer valer os versos de “Cantor da noite”: “Canta, canta mais”… Pois,  no fundo, só ele sabe o bem que nos faz.

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