‘Precisamos falar do horror’

dezembro 7, 2022

Rio de Janeiro ganha memorial para lembrar dos horrores praticados durante o Holocausto e a Segunda Guerra

Em tempos de adesões explícitas aos ideais neonazistas, o Rio de Janeiro une-se a outras cidades do país (São Paulo e Curitiba) e a países como Israel e Alemanha. A cidade  ganhou, nesta quarta-feira (07), seu Memorial do Holocausto. O espaço,  no Morro do Pasmado, em Botafogo, Zona Sul da cidade, tem como objetivo trazer à memória os horrores praticados contra judeus, ciganos e homossexuais durante a Segunda Guerra Mundial, período no qual mais de 11 milhões de pessoas foram dizimadas.

O monumento recebe o nome de seu idealizador, o ex-deputado estadual Gerson Bergher (1925-2016),  filho de imigrantes de origem judaica. Projetada pelo arquiteto André Orioli, a obra tem quase 20 metros de altura e carrega em sua base o mandamento bíblico “Não matarás”, do “Livro do Êxodo”. A administração do espaço está sob a responsabilidade do Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG), que cuida do Museu do Amanhã, e da Associação Cultural Memorial do Holocausto.

Era um sonho muito antigo do Gerson, e chega num momento importante no Brasil, onde temos visto acentuado crescimento de grupos neonazistas que pregam não só o antissemitismo, mas a discriminação aos negros, aos homossexuais, às mulheres e a apologia ao uso de armas de fogo. Precisamos falar sempre do horror da Segunda Guerra, para que não se repita – afirma a vereadora Teresa Bergher, viúva de Gerson Bergher, com quem foi casada por 32 anos.

O prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, esteve presente na inauguração e escreveu sobre a importância do memorial em uma rede social:

“Lembrar para que jamais se repita! O Rio se torna mais uma cidade do mundo a contar com um Memorial do Holocausto. Além de nos lembrar dos horrores causados pelo extremismo no passado, o museu será, sobretudo, um espaço que tem a importante missão de fazer todos refletirem sobre o respeito e a tolerância nos tempos atuais”.

O museu conta com frases e fotos de personalidades que foram perseguidas durante o nazismo e, além dos judeus, vai lembrar todos os grupos que  foram vítimas do regime de Adolf Hitler (1889-1945).  Neste primeiro momento, o espaço vai receber visitas guiadas com grupos convidados para o treinamento da equipe, e a visitação estará aberta ao público em meados de janeiro.

Crédito da foto: Instituto de Desenvolvimento e Gestão (Reprodução).

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