Ele nasceu em 1928, na Ilha de Saporo, no Japão. Já ela é de 1977 e veio ao mundo no Rio de Janeiro. Ainda era possível encontrar resquícios feudais no Japão onde Flávio Shiró nasceu. Ana Holck surgiu num tempo ainda analógico e num Brasil que dava sinais de respirar novos ares. Egressos de diferentes gerações, eles têm em comum a devoção ao ofício que abraçaram. Esses dois talentos das artes plásticas expõem concomitante num mesmo local: a Pinakotheke Cultural, em Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro.
Os dois fazem-se presentes com as mostras “Flávio-Shiró, 96 anos, presente!” e “Ensaios lineares”, respectivamente. Enquanto o primeiro expõe parte significativa de suas pinturas, algumas delas de 1940, a artista expõe uma seleta de 20 de suas esculturas, através das quais deixa aflorar sua relação com a arquitetura, arte pela qual é graduada.
As aberturas reuniram talentos das artes como os pintores Carlos Vergara e Beth Jobim, o escultor e instrumentista Edgar Duvivier, o acadêmico Joaquim Falcão e o colecionador de arte Luiz Carlos Ritter, entre outros.
E, não por acaso, algumas das peças criadas por Ana são pontes… Tais obras ligam-na aos artistas de seu tempo e aos de sempre, como ao próprio Shiró, aliás. E tais pontes têm pilares inabaláveis, como os talentos de ambos.
Crédito das imagens: Cristina Lacerda






