Poesia sem barreiras

junho 28, 2024

Bruno Leal lança livro no Rio de Janeiro e celebra o sucesso de conta onde promove a poesia contemporânea

Certos poetas têm o dom de extrapolar o espaço físico do livro ao qual o texto deveria estar segregado. Isso é possível devido à alta carga imagética trazida em seus versos. A partir dessa premissa, esses poetas não fazem somente literatura, mas cinema. É o caso de Bruno Leal. Em “A sorte do sopro” (Urutau), sua mais nova coletânea, ele nos brinda com 46 textos de alta força cinética divididos em três grupos temáticos.

A obra será lançada neste sábado (29), no Oscar Selvagem Pub, em Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro, juntamente com as de dois companheiros de jornada e de geração. São eles Rafael Ferreira de Abreu, que autografa “O próximo vento nos levará para casa”, e João Rodrigo Costa, com seu “Pacientemente, desejei a morte”.

– Acho que nesse livro busquei influências com as quais não havia trabalhado em poemas anteriores. Essa busca acabou sendo mais abrangente e eclética, ainda que dentro do campo da arte. E um exemplo disso está nos poemas voltados ao cinema – corrobora Bruno.

E a relação de Bruno com a poesia não está restrita à produção e à leitura poética. Bruno é curador, juntamente com Rafael Ferreira de Abreu, da página “A chave do poema” que difunde, no instagram, textos de poetas contemporâneos de diferentes estilos e gerações. Os cinco anos da página também serão celebrados na noite dos lançamentos.

– Olhando, em casa, para o meu acervo de poesia, pensei que aquelas obras mereciam uma amplitude maior de alcance e comecei a postar. Chamei o Rafael e estamos nessa até hoje – celebra o poeta destacando uma das premissas da proposta: – A gente se baseia muito nessa ideia de desmistificar a poesia, tirando dela esse estigma de difícil. Tanto que nosso lema é “poesia é destrancamento”.

E uma prova disso está no alcance da conta, com mais de 29 mil seguidores. Em razão desse trabalho, Bruno ampliou sua interlocução, dialogando com escritores de todo o país. E, claro, essas influências refletem-se na sua própria produção poética, como ele conta:

– Minhas influências são as mais variadas. Há as de mestres como Rubem Braga, Suassuna e Machado de Assis, presentes no livro, como também as contemporâneas, trazidas pelo trabalho de curadoria, como Ana Martins Marques, Ricardo Aleixo, Mar Becker, Corsaletti e Adriana Lisboa, dentre outros.

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