“Minha alma canta\Vejo o Rio de Janeiro”… Os versos de “Samba do avião” não foram escolhidos por acaso. Com o clássico de Tom Jobim (1927-1994), Marina Lima abriu o show que marcou, na noite do último sábado (17), no Circo Voador, seu reencontro com o público carioca e fluminense. Além de rever os fãs, a noite foi ainda mais especial pelo fato de a artista ter celebrado, no palco, seus 67 anos.
Trajando um elegante terno de risca de giz, num dado momento, ela abre mão da vestimenta mostrando que está com tudo em cima aos 67 anos. “Toda idade tem seu charme”, declarou dando a deixa para os primeiros acordes de “Charme do mundo”, do LP “Certos acordes”, de 1981.
Marina presta homenagens a dois importantes companheiros de geração: Cazuza (1958-1990), de quem canta “Ideologia”, e Renato Russo (1960-1996), saudado com “Ainda é cedo”, gravada pela artista em “Todas ao vivo”, que traz o registro do seu primeiro show no Canecão. Ambas as músicas dão à apresentação uma conotação política e Marina não se esquivou de dar seu recado.
– Não podemos brincar mais. Primeiro, temos de tirar esse traste – sentenciou, numa referência ao presidente Jair Bolsonaro fazendo em seguida com as mãos o “L” do ex-presidente e candidato pelo PT, Luís Inácio Lula da Silva.
Outro momento muito emocionante foi quando a artista chamou ao palco o cantor e compositor Dalto. Juntos, cantaram“Pessoa”, gravada por ela em “O chamado” e um dos grandes sucessos na voz da artista.
Em razão do aniversário, brownies de chocolate foram distribuídos à plateia que, momentos antes, já havia cantando o “Parabéns pra você”. Foi a deixa para o diretor Candé Salles entrar no palco com um bolo.
A noite teve direito a um segundo coro de parabéns no camarim, onde, após a apresentação, Marina recebeu amigos como o produtor Liminha, a jornalista Erika Palomino e o escritor Schmuel Lemle.
Marina terminou a noite plenamente acarinhada e, certamente, com a alma lavada. Essa mesma alma que canta quando ela está no Rio.
Fotos: divulgação