Palco poético

junho 12, 2022

Textos da poeta mineira Ana Martins Marques viram monólogo e marcam a retomada das atividades do Teatro Poeira, no Rio

Textos da premiada poeta mineira Ana Martins Marques serão reunidos pela primeira vez num monólogo. “Tenho quebrado copos” é interpretado por Paula Furtado sob a direção de Isaac Bernat.

Ansiosa por conhecer o resultado do trabalho, Ana, que mora em Belo Horizonte, lamenta não ter assistido aos ensaios (que aconteceram no Rio). Quando convidada pelo diretor para participar mais ativamente da criação da peça, a poeta respondeu acreditar que “as obras que se fazem a partir dos poemas têm uma existência própria, de certo modo independente dos textos de partida”.

– Fico sempre muito feliz quando meus poemas dão ensejo a outros textos, novas obras, outras conversas – revelou Ana Martins Marques em conversa com o New Mag. E completou: – Acho que essas obras novas de algum modo potencializam a leitura dos poemas, revelam aspectos que poderiam passar despercebidos no papel, alteram seu funcionamento quando os colocam em contato com outros elementos, a voz, o corpo, o espaço do teatro.

Isaac Bernat conta que descobriu a poesia da mineira por acaso.

– Estava ouvindo o podcast Foro de Teresina e, no final, eles falaram tão bem e com tanto entusiasmo dela, que fiquei curioso e comprei o livro. Foi um impacto indescritível!

O espetáculo tem ainda música original de Soraya Ravenle, e a temporada será de 14 a 29 de junho, no Teatro Poeira, em Botafogo, Zona Sul do Rio.

Durante 50 minutos, o público poderá se deliciar com a visão de Ana sobre o amor, a solidão, entre outros temas existenciais, extraídos dos livros “Risque esta Palavra” (2021), “O livro das Semelhanças” (2015, terceiro lugar no prêmio Oceanos) e “Da Arte das Armadilhas” (2011, vencedor do prêmio da Biblioteca Nacional), todos editados pela Companhia das Letras.

– Sou muito grata ao Isaac e à Paula por abrirem para os poemas um novo espaço de circulação e permitirem que outras pessoas se encontrem com os textos, inclusive pessoas que talvez não tenham o hábito de ler poesia – disse a poeta mineira, revelando sua alegria pela escolha de sua obra: – Acho que, sobretudo após todo o período de isolamento social e de contatos remotos, estamos todos sentindo falta de retomar os encontros, por isso é uma grande alegria ver meus poemas corporificados para o teatro, que é por excelência uma arte da presença.

Crédito da imagem: reprodução/Instagram

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