O ano de 2005 marcou as vidas de Marco Nanini e Gerald Thomas. Ele coroa o encontro cênico entre os dois grandes artistas, que, até então, não tinham trabalhado juntos. E o resultado foi “Um circo de rins e fígados”, que rendeu mais do que um espetáculo; uma amizade. Tanto que os dois voltaram a se encontrar em “Traidor”, espetáculo que, no ano passado, lotou teatros em São Paulo e em Belo Horizonte e fez os 5 mil ingressos para a apresentação no Festival de Curitiba esgotarem-se um mês antes.
E a encenação tem tudo para repetir sua vitoriosa trajetória no Rio de Janeiro, onde aporta no Teatro Prio, de 04 a 28 de abril. Produzido por Fernando Libonati, o espetáculo surgiu a partir de uma intensa troca de mensagens entre os dois artistas e o produtor, como Nanini contou em entrevista ao NEW MAG na época da temporada paulistana:
– Eu e Gerald tínhamos feito “Um circo de rins e fígados”, e eu achei que tinha sido ontem, mas já tinham passado 18 anos. Neste tempo, seguimos nos correspondendo de vez em quando, tivemos um projeto de filme que quase saiu e, com a pandemia, voltamos a nos escrever com frequência, quando surgiu a ideia da peça, e ele começou a escrever e me mandar os trechos do que seria o “Traidor”.
Nos 18 anos que separam uma encenação da outra, o mundo passou por transformações significativas provocadas pelos avanços tecnológicos e pela pandemia. E todas essas questões estão no texto, criado por Gerald. E o ponto de partida foi justamente o espetáculo anterior, citado na nova encenação cujo mote é outro. Mas o caráter provocativo segue incólume.
– Gosto sempre de fazer algo que ainda não tenha feito, algo que realmente vai me provocar e desafiar no processo e na criação, como foi agora recentemente com o João de Deus, com “As cadeiras” e com o “Traidor” – conta Nanini.