Musa de artistas, intelectuais e figura muito querida pela boemia carioca, Lygia Marina vai lançar suas memórias. “Música na alma” sairá pela Vermelho Marinho, de Tomaz Adour, e o lançamento está previsto para setembro, mês do aniversário da autora.
O título “Música na alma” não é por acaso. A música sempre esteve presente na vida de Lygia. Tanto que a frase que abre a obra é “E por falar em saudade, onde anda você”, versos de “Onde anda você”, parceria do poeta Vinicius de Moraes com Ermano Silva.
Lygia foi mulher do cineasta Fernando Amaral (1932-1992), com quem teve um filho, e casou-se em seguida com o escritor Fernando Sabino (1921-2004), com quem ficou por 19 anos. Reza a lenda que foi inspirado por ela que Tom Jobim (1927-1994) compôs Lígia, lançada por Chico Buarque no LP “Sinal fechado”, de 1974, e gravada por Tom em “Urubu”, em 1976. Sabino e Tom estão presentes no livro, claro.
– Há um relato sobre essa canção no qual exponho o meu ponto de vista. O livro é uma oportunidade de eu esclarecer algumas questões que envolvem o meu nome e a minha figura – conta ela ao NEW MAG.
O livro certamente trará histórias saborosas como a do encontro entre Lygia e Tom. Ela estava no Veloso (hoje Garota de Ipanema) com uma amiga quando conheceu o compositor, em fins dos anos 1960. Tom tomou coragem e se aproximou das duas, no que ouviu da futura musa:
– Estava há pouco com a Beth (filha do maestro). Sou professora dela.
– É a primeira vez na minha vida que uma paquera vira reunião de pais e professores – devolveu o compositor com bom humor.
Crédito da imagem: Ronaldo Câmara