Os laços que unem Francisca Matteóli ao Copacabana Palace remetem a antes, bem antes, de o sofisticado hotel ser incorporado à rede Belmond, adquirida, por sua vez, pelo Grupo LVMH. A escritora chilena radicada na França ainda nem era nascida quando seus pais se hospedaram no hotel, inaugurado nos anos 1923, e do qual o casal foi um dos primeiros hóspedes. O fascínio pelo hotel vem daí, e ela própria já se hospedou ali inúmeras vezes. E, entre uma estada e outra, conheceu os funcionários da casa e ouviu suas histórias, que não são poucas.
Esses relatos, inventariados ao longo de anos, facultaram a ela uma escolha: Francisca assina o texto de “Copacabana Palace: where Rio starts” (Copacabana Palace: onde o Rio começa), livro ilustrado por fotos históricas e por imagens recentes feitas por Tuca Reinés. A obra – um coffee table book – será lançado na próxima terça-feira (12), no hotel, símbolo da Praia de Copacabana.
Se Francisca é chilena, Tuca nasceu bem mais perto do objeto retratado. Ele é paulistano, e o fato de ambos não serem cariocas pesou – e muito – na escolha de seus nomes para a empreitada. A edição é dividida em 11 capítulos cujos títulos remetem à nossa própria cultura – como p Carnaval – e a características e joias do próprio hotel, como o teatro, onde grandes nomes brilharam e que, lamentavelmente, passou anos fechado.
O fechamento do teatro foi um dos baques sofridos pelo hotel ao longo do seu centenário. Em 1946, Octavio Guinle, responsável pelo hotel, sofreu um revés pela proibição dos cassinos no país, o que fomentou a criação de um espaço para grandes shows, o Golden Room.
O Copa sempre se reinventou e, de tempos para cá, se modernizou. Mas nunca, nunca perdeu a austeridade que faz dele o hotel mais elegante do país. Não somente do Brasil como do mundo, aliás.