Mais uma dose? Sim! E, ao contrário do que reza outro verso de Cazuza (1958-1990), a emoção não acabou – não mesmo. Lucinha Araújo, mãe do compositor, e o poeta Ramon Nunes Mello lançaram em São Paulo os livros com que celebram e reavivam a genialidade do poeta do rock. A fotobiografia “Protegi teu nome por amor” e “Meu lance é poesia”, reunião dos escritos do artista, foram lançados, na noite da última segunda-feira (09), no Itaú Cultural, na Avenida Paulista.
O lançamento foi prestigiando por grandes nomes da vida cultural e, em especial, da cena pop, sendo três deles da geração de Cazuza: Lobão e Leoni, cantautores e representantes do rock nacional, e o instrumentista Dé Palmeira, que integrou a primeira formação do Barão Vermelho e parceiro de Cazuza em canções como “Preciso dizer que te amo”, entre outras.
Dé foi, inclusive, chamado ao palco pelo jornalista Pedro Bial, colega de Cazuza no Chapeuzinho Vermelho, que conversou com Lucinha e Ramon, organizadores das edições, lançadas pela wmf\Martins Fontes em parceria com a Sociedade Viva Cazuza e com a Gegê Produções.
Ana Cañas, Jão, Otto, Wilson Sideral, Bryan Behr e o DJ Zé Pedro foram outros talentos da música que prestigiaram o evento, reunidos ali pelo casal de RPS e empresários Liège Monteiro e Luiz Fernando Coutinho.
Duas amigas pessoais do homenageado também estiveram presentes: Patrícia Casé, que namorou o cantor na juventude, e a sempre discreta poeta Ledusha Spinardi, cujo verso “Prefiro Toddy ao tédio” tornou-se amplamente conhecido por Cazuza, que usou numa foto camisa com a inscrição.
O evento contou ainda com integrantes da escola de samba Camisa Verde e Branco, que vai homenagear Cazuza no carnaval, e foi encerrado pelo cantor Almério, que levou ao palco as canções de “Tudo é amor”, álbum no qual recria o lado B do cancioneiro do Exagerado.
O artista pernambucano conseguiu surpreender e emocionar a própria Lucinha, profunda conhecedora da obra do filho, ao cantar “Cobaias de Deus”, parceria de Cazuza com Angela Ro Ro, e ao trazer à luz “Companhia”, canção pouco lembrada do compositor.
E foi assim o evento tributado ao legado de um poeta que , em 1990, pegou um trem para as estrelas após provocar no país transformações irreversíveis.
Crédito das fotos: Eny Miranda