Um dos cineastas mais emblemáticos de todos os tempos, com obras que estão no topo da história do cinema, como a trilogia “O Poderoso Chefão” e “Apocalipse Now”, Francis Ford Coppola está se preparando para vir ao Brasil. Diretor, roteirista e produtor, ele já conquistou seis Oscars, além de duas Palmas de Ouro no Festival de Cannes, e está vindo para divulgar seu último trabalho, o longa “Megalópolis”, que será exibido na 48ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Coppola estará no país entre 27 e 31 de outubro e deve ser homenageado com o prêmio Leon Cakoff.
Esta não é a primeira vez que o cineasta visita o Brasil. Ele já curtiu o Carnaval do Rio de Janeiro, em 1993, ao lado do super astro Robert de Niro, convidados pela promoter Liège Monteiro, já alugou uma paradisíaca ilha em Angra dos Reis para o Réveillon de 1997 e, entre outras vezes que retornou ao Brasil, aproveitou para também conhecer a cidade de Curitiba e os projetos urbanísticos do ex-governador Jaime Lerner. Foi justamente nesta viagem, em 2003, que ele teve a ideia para o argumento de sua mais recente obra. “Megalópolis” se passa em um futuro distópico, onde o arquiteto vivido por Adam Driver propõe um projeto de cidade inovador, que promete consertar desigualdades. Suas ideias são bloqueadas, no entanto, pelos defensores do status quo, incluindo o prefeito vivido por Giancarlo Esposito e o bilionário interpretado por Jon Voight.
Coppola nasceu em Detroit, nos Estados Unidos, mas ainda na infância, foi morar em Nova York, onde ficou quase um ano confinado sobre uma cama por conta de uma poliomielite que paralisou o seu corpo temporariamente. Na vida adulta, porém, sua carreira no cinema começou cedo. Entre as primeiras experiências como diretor, fez um filme com a mistura improvável de faroeste e nudez, no início dos anos 1960, e antes mesmo da fama internacional, ganhou um Oscar, em 1970, como um dos roteiristas de “Patton”, filme sobre um general americano da Segunda Guerra.
Uma curiosidade: Coppola não queria dirigir “O Poderoso Chefão”. Achava que o filme sobre a máfia poderia ofender os italianos. Preferia fazer cinema conceitual. Foi o amigo George Lucas quem insistiu para que ele aceitasse, até porque os dois tinham muitas dívidas a pagar.
– Ele, com certeza, me definiu. E não tenho dúvidas de que, se sou famoso e conhecido no mundo todo, é por causa de ‘O Poderoso Chefão’. Isso é bom. Eu tive sorte. Mas O Poderoso Chefão’ também me impediu de fazer o que eu queria naquela época, que era fazer mais filmes e escrever outras coisas – já disse o cineasta sobre o filme.
