Prestígio é um mérito conquistado por poucos. E é algo que José Bonifácio de Oliveira Sobrinho conhece e merece. E teve uma prova disso na noite da última terça-feira (06), no Rio de Janeiro. Profissional que levou ares de modernidade às TVs pelas quais passou, fazendo da TV Globo, onde ingressou em 1967, um dos canais de mais prestígio no país, Boni, como é conhecido, lançou “O lado B de Boni” (Best-Seller), livro em que esmiúça relatos sobre atrações que ajudou a criar, como o Jornal Nacional, e traz perfis de personalidades com as quais trabalhou, caso do jornalista Armando Nogueira e do diretor de TV Daniel Filho, entre outros, com venda revertida ao Retiro dos Artistas.
Se Boni ajudou a criar e a escrever a História da moderna televisão brasileira, instaurando o que ficou conhecido como Padrão Globo de Qualidade, levando as emissoras concorrentes a atualizarem-se, ele foi prestigiado por nomes que estão, como ele, no panteão dos mitos da TV.
E não há exagero na frase acima. O autor recebeu, na Livraria da Travessa do Leblon, afagos de grandes nomes da teledramaturgia, do jornalismo e do entretenimento. Atores dos quilates de Fernanda Montenegro, Tony Ramos, Nívea Maria, Reginaldo Faria, Betty Faria, Osmar Prado, o casal Mauro Mendonça e Rosamaria Murtinho e, claro, a sempre esfuziante Susana Vieira marcaram presença, atendendo ao convite do casal de RPs Liège Monteiro e Luiz Fernando Coutinho.
Glória Menezes , grande dama da TV, adentrou a livraria de cadeira de rodas, empurrada pelo filho, o ator Tarcísio Filho, e sua aparição arrancou merecida salva de palmas dos presentes. O lançamento marcou também a primeira grande aparição pública de Regina Duarte após os dissabores suscitados por sua adesão ao governo de Jair Bolsonaro. A atriz foi o primeiro grande nome a chegar ao evento e, discreta, esperou pacientemente por seu autógrafo.
Renato Aragão, Djavan e Paulinho da Viola, mestres comumente avessos a grandes badalações, também marcaram presença. – Sou um pouco filho do Boni – justificou Djavan, numa alusão aos tempos de crooner na boate 706, onde o então diretor de programação da Globo ia vê-lo cantar ao fim do expediente.
Grandes nomes do jornalismo também fizeram-se presentes. Exemplos? Nelson Motta, Renato Machado, Léo Batista, Merval Pereira, Hildegard Angel, Leilane Neubarth, Lu Lacerda e o colunista Lauro Jardim, hoje referência no jornalismo político.
E a fila para os autógrafos, já proeminente às 18h (uma hora antes do início do evento), só fez crescer. E assim foi até meia-noite (sim), quando Boni pôs fim aos jamegões e pôde, enfim, atender aos pedidos de entrevistas às emissoras de TVs.
Boni demonstra ter mais do que prestígio. Ele esbanja, do alto de seus 88 anos, a vitalidade que ajudou a fazer da TV brasileira uma referência no mundo.
Crédito das imagens: Cristina Granato