Fafá de Belém consagrou, ao longo de quase 50 anos de carreira fonográfica, as mais variadas canções de amor. Ela foi da sofisticação de “Para um amor no Recife”, de Paulinho da Viola, ao arrebatamento de temas como “Abandonada”, balada arrasa-quarteirão de Michael Sullivan e Paulo Sérgio Valle. Desde que surgiu na cena musical em meados dos anos 1970, a artista paraense está “solta na vida” para “fazer o que seu coração pedir” – e mandar.
E, assim, ela nos surpreende. E não foi diferente, no fim de semana, quando estreou em São Paulo o show no qual revisita os muitos temas de novelas imortalizados por sua voz única. A cantora já tinha dado a entender, como antecipado por NEW MAG, que surpreenderia ao pegar para si temas consagrados por outros artistas como “Aguenta coração”, canção de José Augusto ouvida na abertura de “Barriga de aluguel”.
Pois Fafá surpreendeu mesmo ao atacar de “O amor e o poder”, versão para “The power of Love” que, incluída na trilha da novela “Mandala”, de Dias Gomes (1922-1999), fez da cantora Rosana conhecida do Oiapoque ao Chuí. E o Teatro Bradesco com gente pelo ladrão cantou junto com ela – e não poderia ser diferente.
Rosana já havia ganhado as rádios ao lançar a balada “Nenhum toque”, mas foi a música-tema da personagem central de “Mandala”, interpretada por Vera Fischer, que fez o canto potente de Rosana ganhar as paradas e o país, com clipe no “Fantástico” e presença certa no “Globo de Ouro”.
A canção – derramada, bem ao estilo de Fafá – não foi a única surpresa. A noite contou também com “Alma gêmea”, de Fábio Jr, que não causou o mesmo arrebatamento de “O amor e o poder”. Se a música estava na sombra, Fafá deu a ela novo fôlego com seu canto solar.
A cantora vem ao Rio no próximo fim de semana e, verdade seja dita, tem tudo para ganhar o país com seu novo show. O segredo (que, vá lá, nada tem de secreto) é um repertório que pega o grande público pelos ouvidos e, o mais importante, pelo coração.
Crédito da imagem: Bianca Tatamiya